domingo, 24 de agosto de 2008

Austhralopithecus educatum est

Tinha um colega que era incapaz de dizer australopiteco. O mais próximo que conseguia (e ficou-se por aí), era austropoliteco. Posso estar enganado, mas julgo ser um australopiteco que tirou um curso profissional num instituto politécnico.

sábado, 23 de agosto de 2008

Como disse? #2

- Olha, estava a pensar irmos comer um gelado logo à noite, que achas?
- Sim, claro, boa.
- E depois, queres ir ao cinema?
- Claro, porque não...
- Ou podíamos ver um filme em minha casa.
- Sim, ok.
- Então, que fazemos?
- Isso está bom.
- ?? Estás a ouvir o que te estou a dizer?
- Por mim está bem
...
- Estou a pensar em ir a Saturno para o mês que vem.
- Ok, acho que posso nesse dia.
- E vou meter um poster do Marco Paulo no teu quarto, mesmo à cabeceira da cama.
- Óptimo, óptimo...
...
- André, és capaz de parar de olhar para as minhas mamas?
- Eu vou, claro.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Consultório amoroso

Das zero cartas que recebi com pedidos de ajuda, esta é uma delas:

Senhor Ninja,

sou possuidor de uma voz que se assemelha bastante ao cruzamento entre um garnisé, um pífaro e um porco a guinchar. Apesar de nem ter mau aspecto, é muito difícil manter uma relação por mais do que 5 minutos, pois eventualmente tenho que abrir a boca e dizer qualquer coisa. Torna-se ainda mais desagradável pois quando ouço Roberto Leal não me consigo controlar e, para além de ter uma erecção, começo a cantar. Os poucos sobreviventes ficam com danos irreversíveis nos tímpanos, traumas ou mesmo cegueira, pois pelos vistos algumas veias no cérebro são sensíveis a sons demasiado atrozes. Já tentei fazer o pino dentro de água, enquanto um grupo de suricatas amestrados toca o Hino da Alegria, mas sem qualquer resultado. O que lhe queria perguntar então era: Qual é a sua posição relativamente às políticas adoptadas pela República do Congo?

Resposta:

Caro leitor imaginário,

aconselho-o a conhecer melhor a Júlia Pinheiro. Por razões óbvias, já advinha o leitor: partilham dos mesmos interesses geo-políticos.

Atenciosamente,

Ninja!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Como disse?


- &%/(="#)($(%=!!!

- Hã??!

- =!)$((#)=%(&)*`ª^`^!!!

- O quê? O que é que estás para aí a dizer??!

- CAR%$/($= O!!! (%=$=%//&)!!!!

- C*****o? Foi isso que disseste? Mas c*****o porquê, c*****o?! Tenho alguma coisa lá? Tu andas a olhar para onde afinal?!

- Fod!"U/)% se que "=$((=="#)%(&%= com est ?=#(% erda!!!

- "F***-se, que está um dia de merda?", foi isso que disseste? Eu não acho, está-se bem na praia.

- "=$%)%/?=)#/(%)$/% MER )=%)(/# PODERIAS TU S "= R ($/ MAI %=)?& _:** ES #)% IDO?!

- Mau! À bocado estás a apreciar o que não deves e agora perguntas-me se eu poderia ser ainda mais esculpido?! Andas a virar bichona?!

- !)#/(/%?=#/=)"(&%=($/?")$/&%=?("/%$(?/()(&)!(#$ª*`^`**:;;?"(/$)&%)=(""(&%=()=(/&"%/()=(%&)(//)==)(&%»?=)"?/)%"(#!!!!!!!!!

- O quê??!!! Espera...

...

- TIRA A MERDA DOS AUSCULTADORES!

Mensagem encriptada

u thewin naum fez d guardacoxtax d ninguem, ximplexmenteh xoubeh interpretareh.
agr n xe podeh dizer k u benficah eh u maiur?
k EUH guxtei dax cuntrataxoex?
e k aduruh o reyex?

slb é uh maiur!!!!!
guxtei dax cuntrataxoex.
aduruh o reyex a jugar

jAh nAum xEh podEh xEr do xElEbeh?

Lia-se isto num fórum qualquer que para aí anda. Não sei qual é, pois isto foi-me enviado por um amigo, que como eu, ficou aparvalhado com a inteligência desta pessoa, que conseguiu escrever num dialecto derivado do Português (acho eu). Após alguma investigação presumo, apenas, que a mensagem tinha como alvo um selecto grupo, denominado "Pitas". Certamente um grupo terrorista. Não tenho mais informações, mas desconfio que anda para aí uma guerra oculta, baseada em contra-espionagem e léxico atroz. Que outra razão levaria uma pessoa a escrever com tantos h's, x's, u's e maiúsculas no meio das frases, senão para encriptar uma mensagem?

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Ui, essa saiu pela culatra

O Playboy era um colega com quem me cruzei no meu percurso académico. Pus-lhe esta alcunha, porque era isso mesmo que ele se considerava.
Ele era aquele gajo que se vestia como um panasca com retenção anal, com as calças de tal maneira enfiadas no rego do cu que chegava às nádegas mais depressa passando o braço por cima do ombro. Era aquele gajo que andava de t-shirt o ano todo e gabava-se disso. As t-shirts eram muito justas, manga muito curta e dia sim, dia não, cor-de-rosa. E usava-as sem medo de ser achincalhado pelos colegas. Basicamente, o vestuário dele era comprado na íntegra numa loja de roupa de mulher que também vende roupa de "homem". Para além disto, era o gajo que "sabia" sempre tudo, melhor do que toda a gente. Na boca dele, claro. Fazia tudo, mas nunca tinha tempo para nada. Lia toda a bibliografia de todas as disciplinas, segundo ele, mas ainda à pouco dizia que tinha passado o dia anterior a fazer surf com búfalos africanos. Mas o melhor mesmo, era quando se punha a falar de sexo, o que fazia com frequência. O falar. O resto não sei e faço questão de o manter assim. "Ah, isto faz-se assim e assado" e "Ah, copular é tão bom, estou sempre a praticar", etc. Dissertava sobre o assunto com tal erudição que uma pessoa quase perdia vontade de o fazer. Falava como se fosse um acto muito asseado. Mais um abraço polido entre duas pessoas. O que pensei logo foi: ou este gajo se acha muito melhor do que é na realidade, ou então é um completo virgem, dado o número de vezes e a altivez com que falava no assunto. Na realidade, acho que se passava um pouco dos dois. Ele até podia agraciar muitas mulheres, mas era virgem no que toca à mentalidade fornicadora. É que ele, pelos vistos, tinha muita técnica. Provavelmente até tinha uma agenda a cumprir, com as técnicas a utilizar, que seguia à risca. E tirava pequenas notas com os aspectos a melhorar, num post-it que mantinha colado no sovaco, durante o abraço polido e asseado. E a retenção anal não ajudava em nada.
Isto tudo mudou quando ele começou a namorar com uma mulher uns 6 ou 7 anos mais velha do que ele. Pelo menos a mentalidade dele ajavardou bastante. Antes do dito namoro, passava uma rapariga de mini-saia. Todos olhavam, excepto ele, que dizia algo do género "Sois uns porcos, assim a olhar". Eu argumentei baseado em dois pontos. Primeiro, eu tenho um pénis, e não uma vagina, como o Playboy tinha. E segundo, muito honestamente, aquela em questão, não era uma mini-saia, era falta de pudor. Se não era para chamar a atenção, e apenas por causa do calor, devia usar uma mini-saia mais larga do que um cinto. Já depois, olhava para uma qualquer mini-saia e aí dizia "Era já de pé contra o balcão do bar, com toda a gente a olhar". Não quero de maneira alguma estar aqui a falar sobre assuntos que desconheço, mas dava a sensação, portanto, que a tal namorada era uma sabidona. Ela é que desflorou a vagina psicológica do Playboy. E acho seguro afirmar, foi aí que a agenda dele foi pelo cano abaixo. Muito provavelmente, ele abordou-a pleno de técnica e ela colocou-lhe a pior pergunta possível a fazer a um homem nestas circunstâncias:

- O que é que estás para aí a fazer??

Então, deu-lhe dois bufardos e disse:

- És tão pequenino e inocente... Senta aí e não te mexas que eu mostro-te como isto se faz.

E depois riu-se.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Exercício de gramática

1. - Ordena as palavras, de forma a formar frases educativas ou guias de vida que não devem ser esquecidos nunca:

1.1 - fixes; Os; são; ninjas.
1.2 - Hotel; metem; Tokio; nojo; Os.
1.3 - Ninja!; O; atraente; é extremamente; e inteligente.
1.4 - sanados; planeta; do; panascas; deviam; Os; ser.
1.5 - Ver; açúcar; com; lesões; córneas; graves; nas; Morangos; provoca.
1.6 - Rambo; filme; é o melhor; O; feito; jamais.
1.7 - Se; amigas; 253123456; é o; número; o meu; tens; boas.
1.8 - O; serve; pedal; isso; de acelerar; para; mesmo.
1.9 - ideias; sem, Já; estou.
1.10 - Obrigado.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

S.O.S.

Alguém me ajude por favor!!! Estou de cama porque pela primeira vez na vida tenho dores de costas, na TV está a dar "Morangos com açúcar" e eu não chego ao comando!!!

Só que xixi é mais fofinho...

Porque é que quando nos queremos referir a algo que nos causa incómodo, reduzimos o seu nome a grunhidos de duas sílabas idênticas? O xixi, o cocó, o pupu, o pipi, a caca são exemplos. Então, se eu ao invés de dizer "urina" disser "xixi", o sol brilha mais alto no céu e as flores crescem mais saudáveis? Se eu disser "fiz cocó no meio da sala porque estava aflitinho", em vez de "evacuei no meio da sala porque estava aborrecido" vou evitar ser considerado um palhaço de primeira e já não sou acusado de javardeira atroz?

domingo, 17 de agosto de 2008

Mas o gajo é padre!

Há uns 10 anos atrás, numa aula de preparação para o crisma, aparece lá o padre da paróquia para falar aos jovens. Devo salientar que ele tem o mesmo jeito para desempenhar essa tarefa do que o Cláudio Ramos para disfarçar que é heterossexual. Ou do que um Koala para fabricar tapetes de Arraiolos. Dizia ele:

- Podíamos ir à picina (sim, sem o "s"), mas eu não quero que aconteça o mesmo que no ano passado...

"Mas senhor padre! O que faziam esses corrompidos jovens que tanto o perturbou?" (perguntei eu mentalmente e a revirar os olhos).

- Estavam lá uns jovens... COMO QUE A FAZER SEXO... E eu vou lá e digo "Tudo à minha frente senão vai já tudo corrido à bolachada..."

"COMO É POSSÍVEL?! Não como que a fazer sexo! Os oceanos que sequem, mas isso é que não!"

Nesta altura, alguém que estava a abafar o riso com muita força mesmo, não aguentou mais e soltou um "f***-se" baixinho mas audível. E o padre ouviu. Pronto, está tudo lixado. Mas então, quando menos se espera, acontece uma reviravolta chocante:

- Quem disse isso?
- Fui eu senhor padre, desculpe, foi sem querer.
- Não senhor! Não tem mal nenhum! Então imaginem, uma pessoa vai-se confessar, chega cá fora e diz f***-se (ouviu-se um "UI!"). Não se vai confessar outra vez! Ora, o que é f***-se? F***-se é, masturbe-se!

A partir desse dia que só digo "Ah, perdi o autocarro, masturbe-se lá o pénis".

Ei, ou! A mim ninguém me mata, c*****o!

Diário de um Macho Latino*


Escrevo esta merda, carago, num rótulo de cerveja. Espero que algum paneleirote que encontre isto aprenda a ser homem, c*****o:

Começamos já por aí! Afinal para que serve o cagueiro? Para cagar! Ora, c******s me f***m, porque é que alguém havia de querer lá meter coisas? No meu nem um supositório metido pela Soraia Chaves entrava, f***-se! Filho meu que dissesse que era paneleiro... Dizia logo "és mesmo um filho da p*** e o teu pai é um abafa croquetes de primeira! Vai ser caga-para-dentro noutra casa!" Homem que é mesmo homem macho a sério, repugna qualquer contacto com outro homem. Um aperto de mão é mais do que suficiente. E as mãos tem que estar sempre livres. Para quê, pergunta o paneleiro que encontrar isto. Eu respondo. A mão esquerda sempre livre, pois é essa que tem a unha do mindinho grande, que serve para limpar o ouvido, coçar as zonas de difícil acesso, palitar os dentes e apertar parafusos. A mão direita tem que estar sempre a cofiar os pêlos do peito, expondo-os para fora da generosamente aberta camisa, cofiar o bigode farto e claro, coçar o saco.
E mais, macho que é macho assim mesmo macho à séria está sempre alerta para deitar o olho às vitelas que passam. E elas que não se façam de esquisitas. O gajedo deseja-me. Elas dizem "Ah! O bigode, que horror! E os pêlos, que homem asqueroso! A tua barriga é enorme, porco!" e até mesmo "Se eu, tu e um macaco fôssemos as últimas pessoas na terra, eu fazia sexo com o macaco!". Mas eu sou um gajo inteligente, e não só extremamente atraente. Eu vejo para além disto. As gajas desdenham-me porque na realidade querem que eu lhes arranhe as pernas com o porco espinho que me faleceu no lábio superior. E querem brincar com a minha... Ai como se chama... Unha, pois. Eu não sou burro. Por isso é que olho para elas com ar guloso, literalmente dando-lhes prazer só com o olhar que lhes lanço. Por brincadeira dizem "És um porco NOJENTO! Sabes o rídiculo que és?! Metes nojo!" mas eu respondo sempre "Eiiii, cabritinha! Anda cá que eu mostro-te o que é ser mulher!". Que na minha opinião é cozinhar, cuidar dos filhos, não me lixar a cabeça e abrir as pernas quando eu quero. E as gajas gostam disso. Então se eu já lhes faço o favor de lhes dar isto tudo que eu sou, acho que não é pedir demais. Ainda fico prejudicado, porque estou a perder vigor que podia usar para comer as vitelas que tem idade para ser minhas filhas. Que acontece mesmo muitas vezes, pois elas não me largam. É a sina de um macho latino como eu, c*****o!
Nesta altura sei exactamente o que estão a pensar. É "Então esse rótulo de cerveja nunca mais acaba? F***-se! É maior do que o teu tronco!". Está mesmo a acabar. Paneleiros rabixolas, convertei-vos! Gajas e vitelas, não vos fazeis de sonsas e abordem-me na rua, eu sou generoso, c*****o! Eu dou-vos aquilo que mais nenhum homem vos dá: muito pêlo para pentear. Só não admito palavrões! E não me lixem a mona por causa da barriga, não percebem que é para apoiar o peso da corrente? Como se não gostassem... Agora tenho que ir porque além de isto estar a acabar, tenho duas quecas para dar, uma mulher para dar umas traulitadas porque o benfas perdeu, f***-se, e umas quantas cervejas com tremoço para emborcar javardamente.

*Aviso prévio: Este diário tem palavrões como merda. Porque eu sou um gajo decente, e que sabe o que "prévio" quer dizer, aviso as pessoas.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Peripécias no aeroporto

Fui buscar a minha namorada ao aeroporto, e a pedido dela levei o seu portátil. A mala do mesmo é uma bolsa... De mulher. Dada a minha fobia, por vós já conhecida, de levar sacas pelas asinhas e muito direitinha, tinha aqui um verdadeiro desafio (Clica-me, se não conheces a fobia). Lá consegui arranjar maneira de não a trazer pelas asas, a muito custo, e sentei-me à espera dela. Com a bolsa ao lado.

- Desculpe, podia-me dizer as horas?
- CLARO QUE ESTA BOLSA NÃO É MINHA! NEM SEI ONDE FOI BUSCAR ESSA IDEIA RIDÍCULA! O QUE É QUE ESTÁ A INSINUAR? MAS NÓS ANDAMOS A COMER DA MESMA PIA OU QUÊ? VÁ ANDOR!

O miúdo lá foi embora, a chorar, e eu fiquei satisfeito pela minha reputação permanecer intacta.
Passado isto, e enquanto espero, começo a lembrar-me daquele mito que envolve as hospedeiras. Supostamente são muito sensuais e fazem muito sexo nas casas de banho do avião. Sexo se calhar até fazem. Mas tendo em conta o que vi, o coitado do homem que se aventurasse tinha que ficar de fora da exígua casa de banho do avião, durante o coito. É que elas não eram lá muito magras. Se calhar apanhei só um dia mau. Com certeza muitas pessoas vão discordar. Mas risquei as hospedeiras das minha fantasias. Quando tinha perdido toda a esperança, lá encontrei uma hospedeira razoavelmente atraente. E vinha a esfregar os cantos da boca. Sim, eu pensei isso mesmo. E também o pensei quando vi uma gaja de metro e meio a receber o namorado, um preto com 2.10m. E quando vi um tipo sem camisa a dar a mão a outro... Olhei imediatamente para o lado, não o fosse pensar também, e soltei um quase audível "f***-se!...". Estava em piloto automático... "É melhor entreter-me com outra coisa qualquer" pensei eu. Como o voo estava atrasado fui dar uma volta. Estou a passar numa porta giratória, quando alguém me prega uma rasteira e me empurra, tentando e conseguindo que eu ficasse preso. Olho para trás...

- Toma! Só queria saber as horas! Maricas, andas com uma bolsa de senhora!
- Mas não, rapazola, espera! Não é minha! Ei! ESTÁS A OUVIR, NÃO É MINHA!

Enquanto me tentava soltar perdi uns minutos...

- Desculpa o atraso! Já cheguei há muito tempo! Foi um puto que me prendeu a cabeça numa porta giratória, quando fui dar uma volta para fugir dos panascas!
- ... Hmmm hmmm... André, não tem mal te teres atrasado sabes?... Não precisas de inventar desculpas, afinal de contas ainda me vieste buscar e tudo.
- Mas mas mas...
- Esquece isso! Trouxeste-me o portátil?
- O port... Aquele miúdo!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Cinda, a terrível barbeira de Bravães Street

O meu pai nasceu na Ponte da Barca, mais concretamente em Bravães. Terra de gente simples, com umas três casas, uma mercearia, um café, uma fonte, muito mato e muitos insectos. Esta pacata terriola não escapa, no entanto, à terrível presença de Cinda Barbeira. Logo a própria alcunha indica que esta mulher é de porte rude, pois afinal quantas mulheres barbeiras existem? Na minha opinião, não mais que três. Existem sim, mulheres cabeleireiras e homens barbeiros. Homens cabeleireiros não existem. Só os larilas. Como tal, também mulheres barbeiras têm que ter características que as diferencie. E esta mulher tinha-as brutalmente visíveis. Andava sempre com o mesmo avental, daqueles tipo robe, sem aparentar ter qualquer peça de roupa por baixo. O horror não acaba aqui no entanto, apesar de já ser em demasia. Sempre descalça, ostentava uns pés que não tinham planta, mas antes uma couraça impenetrável feita de uma pele mais resistente do que aço. A mulher escalava qualquer monte sem precisar de botas e sem ferir os pés. Aliás, o monte é que ficava lixado. Mas o pior mesmo eram os dentes. Os dentes da Cinda Barbeira estavam de tal maneira tortos que quando ela sorria o vento assobiava ao lá passar. Apontavam para a frente, e era impossível não reparar neles. Quando era miúdo, sempre que lá íamos, claro que os meus pais me obrigavam a cumprimentar a velhota, sabendo eu de ante-mão que a primeira coisa que me ia tocar na face era dente. E mais, ela não dava um beijo cordial de cumprimento. Em vez disso contraía os lábios de forma a fazerem um círculo, e aspirava grandes quantidades de ar no momento do contacto, fazendo um barulho idêntico a um apito avariado, daqueles bonecos para cães que chiam quando se apertam. Ora, escusado será dizer que eu temia pela minha vida sempre que tinha que a cumprimentar, devido ao facto de ela se assemelhar bastante a um Dementor, daqueles do Harry Potter. À semelhança do que se passa nos livros, também eu julgava que me iam sugar a alma com aquele "beijo da morte", e também eu me sentia ficar despojado de alegria ou qualquer pensamento feliz quando ela se aproximava.
O discurso face aos meus protestos era sempre o mesmo: "Sabes, ela conhece-me desde miúdo, era muito amiga dos meus pais..." e "André, é falta de educação não cumprimentar a senhora! Vais fazê-lo e acabou!" Mas aquele dente... Punha-me doente (olha, que bela rima).
A injustiça de que era vítima... Eu também fui amigo de infância de muitos montinhos de terra e areia, onde brincava, e nunca obriguei os meus pais a beijá-los.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Mensagem pessoal

À funcionária da Vodafone do Braga Parque que tem a PDM, à empregada lésbica da loja Nokia também no Braga Parque, à besta que hoje me ia dando uma panada porque circulava do lado de dentro da rotunda e não sabe usar os piscas, à vizinha do 2º Direito do prédio da minha namorada, àquela senhora outro dia no Continente, à funcionária do bar do aeroporto, e àquele cão que enxotei para evitar que desse uma mija na roda do meu carro:

Vão ser mal-encarados para o pénis que vos fornique.

Obrigado.

Qual "só grita" qual quê?!

A gente já não fala, sogrita, sogrita!
É sempre a mesma coisa, só fita só fita!
Até nossos amigos já estão a notar,
Que algo se está a passar...
E nem fazemos nada para disfarçar!
A gente já não fala, sogrita, sogrita!

É aquela música popular, ou pimba se preferirem, de uma cantora qualquer, também ela pimba, que agora me escapa o nome. Só sei que é loira, mas isso é o mesmo que dizer "é fácil encontrar a minha casa, é aquela com janelas".
Mas continuando, obviamente que esta letra foi escrita quando ela se cansou da relação lésbica que mantinha com a sogra. Daí ela se queixar à sogrita (nome carinhoso) que já nem falam. Provavelmente porque partem logo para o sexo lésbico e abrutalhado. Ora, é notável que para a cantora isto já não é suficiente. Ela quer uma relação normal. Ela quer carinho. Quer aquilo que o marido não lhe pode dar. Mas acima de tudo, quer aquilo que todas as mulheres mais desejam neste mundo: falar.

domingo, 10 de agosto de 2008

Nexo

Este post não o tem.

sábado, 9 de agosto de 2008

O homem não é deste mundo!

O meu pai tem um sensor. Desde que sou miúdo, ele está programado para que, no segundo em que haja uma cena de nudez qualquer na TV, ele entre de rompante no quarto. Não falha. Por mais breve que seja a cena, ele está lá.
Estou a ver um filme qualquer. Tudo extremamente inocente, com dois homens a falar sobre as vantagens do celibato. Desvio o olhar para o ver entrar e quando olho de novo os dois homens estão numa orgia com seis prostitutas vietnamitas, uma cadeira e uma sandes mista.
A reacção dele é sempre a mesma. Grunhe, fica vermelho, olha para mim, olha para a TV de novo, olha para o chão, semi-cerra os olhos, clareia a voz e pergunta baixinho "Este filme é para que idade?".
Nem que eu estivesse a ver o Batatoon. No segundo em que ele entrar no quarto, a Mimi "apita aqui" está a ser violada por dois chimpazés e o Companhia já jaz de gatas, com o Batatinha por trás a buzinar no nariz e a agarra-lo pelos totós, enquanto grita "agora já sabes porque me chamo Batatinha".
É caso para dizer "comando na mão e carrega no botão", mas rápido, antes do teu pai entrar no quarto.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Mas...

A música "Sei-te de cor" de Paulo Gonzo, a dada altura versa:

Numa palavra diria
Sei-te de cor

Pois. Exactamente.

Suicide Hot-Line

- Estou sim? É da linha de apoio ao suicida?
- É sim, boa tarde! Em que posso ajudar?
- Olhe, estou a pensar cometer suicídio... Há alguma coisa que possa dizer para me ajudar?
- Onde se encontra neste momento?
- Em casa.
- Qual é a morada?
- É ali para os lados de Gualtar.
- Certo. Nesse caso sugiro que se atire de um prédio alto, a esta hora há pouco trânsito.
- Hmmm, não sei não... É que para ser franco eu menti. Não queria dar a minha morada verdadeira, no caso de você pensar que eu sou algum falhado.
- Connosco pode estar à vontade, sabemos que muita gente comete suicídio apenas por lazer.
- Ok ok, peço desculpa. Então que me sugere? Eu moro no meio dum monte.
- Nesse caso tome uma sobre dosagem de comprimidos. Indolor e vão demorar semanas até sentir a sua falta.
- Ah não, vão-me encontrar depressa. Moro com a minha família, sou uma pessoa muito feliz. Ainda ontem o mais novo me disse que quando for grande quer ser como eu.
- São tão fofinhos nessa idade...
- É... Pronto, muito obrigado pela assistência.
- Antes de desligar, posso interessa-lo na nossa promoção de chamadas gratuitas para a nossa linha de apoio na Conchichina? Sabe, para o caso de lhe apetecer cometer suicídio outra vez.
- Sim... Ok, até vem a calhar. Mas porquê a Conchichina?
- A taxa de suicídio lá é quase nula! Temos que dar trabalho aos nossos empregados! Estamos em crise meu amigo, ai estamos sim... Com estes impostos sobre o suicídio por diversão... Vão buscar dinheiro a todo o lado onde podem. Quando pegou a moda veio logo imposto.
- Pois... Eu fui às finanças, paguei logo para três tentativas. No caso de me apetecer repetir ou algum membro da minha família também querer exprimentar.
- Claro, mal não faz.

*Troca de dados, relativos à promoção*

- Pronto é tudo. Obrigado e boa morte.
- Obrigado, até à próxima.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O Teclado - Amigo indispensável ou piada cruel?

Já vos aconteceu com certeza, por vezes o dedo não acertar na tecla certa, mas na do lado.
Expliquem-me então o porquê da tão conveniente localização dessas mesmas teclas. Passo a demonstrar:

-Quero escrever "Próximo". Se me engano, acabo a escrever "Prócimo", pois o x e o c estão juntos. Coincidência? Não me parece. Resultado, somos identificados na rua como "Hei! Lá vai o burro que não sabe que próximo é com x! Que estúpido!"
Senão repare o extremamente inteligente leitor, se fosse outra letra qualquer, por exemplo o h, já toda a gente presumia que era um erro honesto e não o resultado de um léxico atroz.

O mesmo se passa com mais exemplos:

-Quero perguntar à minha namorada se quer ir dar uma volta. Carinhosamente, chamo-lhe Fofa. Eis o resultado: "Hei, Foda linda, queres ir dar uma volta?"

-Estou a preparar um Power Point para uma aula, em que falo de Pítias: "O Pútias era o avô de Alexandre, o Grande." Obviamente já imagina o muito agradável leitor, a desordem que este erro iria provocar numa sala cheia de miúdos do 7º ano.

-Estou a ter uma conversa inocente com um amigo no messenger, sobre a minha aula de equitação, sem saber que está a ser monotorizada pela P.J.: "E então, montei o xavalo..." Notícias das 20h: "Foi preso mais um suspeito de envolvimento no processo Casa Pia. Este suspeito é extremamente atraente e em nada se assemelha ao perfil de um molestador de menores. Antes de ser capturado apenas declarou: "Não era um xavalo, era um cavalo!" Mesmo que se livre da acusação de pedófila, enfrentará ainda uma outra acusação por violação de animais."

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Fiz uma mulher estremecer sem lhe tocar

Estava no Centro Comercial Braga Parque. De repente a minha namorada diz (e alto devido à emoção) "Aquela loja está com SALDOS!" Posto isto acelera o passo, e quase começa a correr mesmo. Convém nesta altura salientar que aquilo estava quase deserto por ser hora de almoço, e dentro da loja estavam três pessoas, duas delas empregadas da mesma. Face a isto pergunto inocentemente "Olha, vais a correr porquê? Aquilo está vazio e o shopping idem." Neste momento ela estaca, olha para mim com uma cara de repugnância mas ao mesmo tempo de profunda piedade pela minha lentidão de raciocínio, dá dois passos atrás não fosse aquilo ser contagioso, e afirma com o tom de quem responde ao comentário mais IDIOTA do universo:

- André... São saldos...

Malhar em ferro frio

Muitas pessoas que me tem dito "Oh André, não achas que já és um bocado crescido para ainda andares com esta coisa dos ninjas?". A essas pessoas respondo sempre "Oh pai, deixa-me em paz! Os ninjas são só uma metáfora! Volta lá para a sala ver TV, enquanto eu fico aqui a colorir os meus livros."

Também outras pessoas me têm perguntado "És um ninja verdadeiro? Mostras-me a tua espada?". Da mesma forma, a essas pessoas invariavelmente respondo "Oh Cláudio Ramos, tira lá o cavalinho da chuva e desampara a loja, que eu fico mesmo muito desconfortável quando me encontro no mesmo quilómetro quadrado que tu."

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Não me matem, dá mau Karma!

Diário de um hippie:

Querida folha de plátano que foste caridosamente gerada pela Mãe Natureza, na qual agora vou escrever e a seguir fumar:

Hoje o dia correu bem. Fumei, assim, tipo, 200 charros, mas era tudo com fins medicinais man. A autoridade estabelecida é que não compreende isso, e por isso eu a questiono. Hahaha, autoridade, parece-se muito com pilosidade, hahaha! Ah man, já estou a bater mal de tanto me rir, esta foi mesmo engraçada... Agora tenho que recuperar o fôlego. Hoje a Jessica disse-me "Man, tens que deixar de fumar tantas brocas", mas tipo, isso é mau karma man. Isto é tudo dado pela Mãe, porquê que não usufruir livremente do que ela me dá? Além disso, vejo tudo de forma muito mais clara e fluída. Por exemplo, hoje descobri, ao fim de fumar uns 100 cacetes, que afinal não sou um drogado pseudo-intelectual que cheira a couves e a chá de camomila que faz nenhum. Sou antes um militante a favor da paz (que será atingida através da total inércia), com a tarefa de fumar, vaguear, fazer sexo com árvores e bater o recorde mundial do maior número de dias sem tomar banho ou manifestar qualquer outro tipo de forma de higiene.
Agora tenho que ir. A Mãe vai-me apresentar a um arbusto, e quero ver se o consigo levar para o saco-cama para lhe fazer cócegas nas folhas e lamber-lhe o caule.
Interfiram o menos possível com toda a gente. Quanto mais se interfere pior é o Karma, man. Eles que resolvam os problemas deles, eu já tenho os meus.

Peace out!

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Pedaço de lixo inútil

Acabo de lavar as mãos numa casa de banho pública. Tenho que as secar. Neste momento, surge a muito importante escolha (quando a há), que nos distingue dos animais irracionais: gasto o equivalente a 1 hectare de floresta, e limpo as mãos aos toalhetes de papel, que se rasga todo mal tocamos nele e acabamos por o arrancar aos bocados não maiores que 3cms? Ou opto por parecer um deficiente mental a acariciar o seu amigo imaginário, enquanto tento descobrir o exacto milímetro quadrado em que tenho que posicionar as mãos, de forma a activar a porra do secador automático?
Ambas as hipóteses são verossímeis, mas existem prós e contras, e um ninja treinado consegue deslindar os meandros ardilosos que encerra toda a estrutura que é o WC. Optando pelos toalhetes, demoro 5 minutos a conseguir tirar papel suficiente para secar ligeiramente a ponta dos dedos. Assim, progressivamente, vou diminuindo o tempo da recolha do papel, potenciando a desumidificação das falangetas. Com treino, sou gajo para demorar apenas 20 minutos a secar as mãos desta forma. A outra opção é então o secador automático. Funciona. Não funciona. Alto, funciona. Olha, avariou. Não espera, já está a dar... Ah agora acert... Já não dá de novo. Talvez se abanar muito as mãos descubra o ponto milimetricamente exacto e... Cá está. Só não posso mexer as mãos agora! Finalmente! Oh, deixou de dar de novo. Talvez se tapar o sensor... Agora não funciona de todo... Sinceramente, e falando por mim, os secadores são um monte de trampa estúpido, colado na parede, que juro parecer estar a gozar comigo. Gostam de frustrar as minhas expectativas mais elevadas, que naquele momento passam todas por secar as mãos. Não fosse por uma data de razões éticas e morais, tinha espezinhado um dos muitos. Mas definitivamente que nunca fiz isso. Muito menos num shopping, no dia 24 de Julho do ano transacto, pelas 15:37h.
Resumindo, papel = medíocre; secador = pedaço de vil tecnologia, vomitado pelo diabo para atormentar a humanidade. A melhor opção ainda é chapinar o espelho, limpar ao rabo das calças, e meter as mãos nos bolsos para um secagem perfeita. Mas isso era deixar o diabo ganhar, portanto, nem pensar. Tão definitivo como o espezinhamento, eu nunca desesperei a esse ponto.

sábado, 2 de agosto de 2008

É sempre a mesma coisa

Vou ao WC, regulo a temperatura da água, vou buscar as toalhas, dispo-me, entro na banheira, molho uma perna, e ENTÃO é que me dá vontade de mijar.

Atira-te de uma vez...

Eis a letra de uma música dos Tokio Hotel, na qual tropecei outro dia (apanhei uns segundos de MTV durante um zapping), e que me deu uma ideazinha para um outro post que vou fazer depois:

Please don't jump
Don't jump
And if all that can't hold you back
I'll jump for you

Ora então, vamos recapitular: Uma rapariga tem problemas dos grandes e quer-se atirar de um prédio abaixo. Como está num clip de Tokio Hotel, provavelmente teve um contencioso com o irmão mais velho, após ele lhe ter dito que desgostava ligeiramente da maneira como ela hoje tinha arranjado a franja. O cabeça de texugo lá aparece e diz não saltes, eu até peço com jeitinho. Mas se MESMO ASSIM (depois de eu ter pedido por favor) queres saltar, não faças isso, eu salto por ti. Sim. Ele(a) saltando em vez dela resolve-lhe os problemas todos. Aliás, é como se não tivessem existido. A franja penteia-se, o namorado que pinta as unhas de preto regressa, os pais até concordam que ela ande com coleiras de cão no pescoço. Pois. Lamento informar, mas não resolve nada. E vai daí não sei. A imagem mental de ver o "amigdalites" a esborrachar-se na sarjeta... Nem me está a parecer atroz de todo.

Vejamos a opinião dele:

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Estás a irritar-me solenemente...

O que é isto?! Como se irrita de forma solene? Contrata-se um monge para andar de turíbulo a espalhar incenso à volta da pessoa, dizendo vezes sem conta: "Falta muito para chegar? Falta muito para chegar? Falta muito para chegar? Falta muito para chegar? Falta muito para chegar? Falta muito para chegar? Falta muito para chegar?..." enquanto um coro de canto gregoriano canta em mongol músicas do Bryan Adams?

P.S.: Sim, é com Y, fui confirmar. O tipo tem a PDM, de certeza.