sábado, 28 de março de 2009

Update

Estou agora a chegar a casa e lembrei-me que já cá não venho há umas duas semanas. Espero poder por em dia as leituras pelos vossos blogues assim que tenha mais tempo disponível para tal.
Até lá, aqui ficam os últimos casos de destaque:
- lá fora fede a estrume;
- os Tokio Hotel continuam a estar na puberdade e a música deles continua a cheirar ao mesmo a que cheira lá fora;
- afinal a gaja que vi naquela loja NÃO usa fio-dental vermelho, gosta é de estrangular a anca com fita isoladora;
- uma das minhas 4 tartarugas (ninja), descobri,tem um sentido de humor perverso. Achou por bem, atenção, boiar de barriga para cima, com todas as patas e a cabeça estendidas. Já estava eu "então é assim que elas ficam quando morrem", meto a mão para a tirar do aquário e não é que o cretino do réptil desata a nadar como se nada fosse?

Um bem-haja akatanado para todos os que por aqui lêem. Obrigado pelo vosso tempo e até à próxima, que espero ser para breve, assim como uma visita à vossa literatura.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Mais valia estar quieto

Quem nunca reparou, vai achar estupidez, mas já o vi acontecer tantas vezes que acho que justifica uma reflexão. Espero encontrar alguma empatia desse lado do monitor.

Porque é que as pessoas (homens principalmente, e eu incluído), quando tropeçam, caiem ou escorregam numas escadas em público, a primeira coisa que fazem é correr? Galgam 3 ou 4 degraus de cada vez em largas passadas de corrida, passando por aquele grupinho de pessoas que reparou e contém o riso, ou não. É que ou estão a dar uma de "ei, eu tropecei porque sou muito activo e agora até vou subir isto tudo a correr, só para verem", ou só se querem pisgar dali o mais depressa possível, pois provavelmente isso aconteceu porque até estavam a fazer olhinhos àquela gaja que agora se está a rir a bandeiras despregadas. Falando por experiência, não faço a mínima ideia. As minhas pernas simplesmente correm. Acho que estou a tentar mostrar que a única razão para tal ter acontecido é porque sou um gajo que tem tanta energia que não consegue subir umas escadas como uma pessoa normal, e como tal, ia a correr, potenciando o tropeço. Embora fosse a passo normal.
Já as mulheres reparei que ficam sentadas no chão com as pernas estendidas para a frente, e durante uns segundos ficam imóveis, tentando perceber o que se passou. De qualquer das formas, têm uma queda mais digna que os homens, cuja natureza abrutalhada impele a imediatamente tentar mostrar, aos que o rodeiam, o seu poderio de macho. Devemos considerar que cair em público está associado ao desempenho que temos na cama: se caímos é porque somos uns desastrados que não dão conta do recado. Nada diz melhor às senhoras "vou passar 30 minutos a tentar encontrar a tua vagina" como uma queda aparatosa seguida de uma corrida estúpida pelas escadas acima. Na minha opinião, é este o nosso medo, embora esteja a entrar em meandros que desconheço. Mas uma coisa acho que é certa: isto radica no mais básico dos instintos humanos: dar umas quecas.

Enquadra-se aqui também aqueles golpes geniais de:
- disfarçar uma torcidela do tornozelo também com uma corrida pequena, como se seres humanos normais de 10 em 10 passos dessem um corridinha de 3 segundos;
- aguentar as dores derivadas do ponto anterior, porque não queremos dar parte de fracos;
- disfarçar um arroto audível com tosse;
- ser apanhado a tirar macacos do nariz e fazer de conta que estamos é com comichão no exterior, pelo que coçamos o nariz pronunciadamente e fungamos com veemência, assemelhando-nos perigosamente com um primata.

terça-feira, 3 de março de 2009

Need for speed

Vinha numa via rápida. De repente até dei um salto no assento. O barulho era de tal ordem que pensei vir a ser ultrapassado por um foguetão. Mas 10mins passaram-se e nem sinal do bólide super potente. Por fim lá surgiu no horizonte. Um carro enfezado, a dar tudo por tudo, vem "a cagar-e-a-tossir" estrada acima. Mas pelo barulho que emitia, dir-se-ia que uns 600 ou 700 cavalos se acotovelavam debaixo do capô.
Prosseguiu-se a ultrapassagem, que se revelava mais uma questão de honrar o nome que outra coisa. Se eu vinha a 90km/h, ele vinha a 90,005km/h. Note-se que o meu carro tem 60 cavalos, que a subir mais parecem póneis. Mas o tipo não desistiu. A quantidade de gasóleo que estava a gastar dava para abastecer de aquecimento uma família com 12 elementos no agregado familiar, durante 10 anos. E a poluição sonora que provocava, era o equivalente a um aeroporto em hora de ponta, em que todos os aviões partem ao mesmo tempo e estão superlotados com crianças histéricas aos berros. Mas não interessava, ele tinha que me passar. Mais uns 10 minutos, e o seu pára-choques dianteiro já ia a frente do meu uns 5 cm.
Lá dentro, um condutor com uns óculos escuros enormes (ou isso ou um gato preto morreu-lhe em cima do nariz), agarrava-se ao volante como se de umas mamas muito boas se tratasse e mostrava um nível de concentração idêntico. Nem as costas tinha encostadas ao banco, tal era o estado de tensão em que se encontrava. Nada era mais importante naquele momento, na vida daquele homem, do que mostrar-me que o carro dele não era só barulho mecanicamente induzido. Mas era. Ele, no entanto, não ousava olhar para mim. Acho que o fazia intencionalmente, pois apesar de tudo, o som das minhas gargalhadas conseguia abafar o som do motor dele. E que motor devia ser! Como me estava a divertir mantive a minha velocidade e gozei o panorama. Após muito suor e gargalhadas, finalmente ele tinha conseguido ultrapassar-me mesmo o suficiente para se colocar a minha frente. Foi nesta altura que notei que a relva tinha crescido de forma visível desde que o processo de ultrapassagem iniciou.
Apesar das peças de carroçaria que ameaçavam levantar voo, ele lá foi. Já eu, encostei o carro, para evitar ter um acidente provocado pelo riso compulsivo que agora já começava a tornar-se desagradável pelas dores nas costelas e a falta de ar.
Com certeza tinha ali um esquema montado para engatar as miúdas. Mas só desde que elas não lhe pedissem para exceder os limites de velocidade. Não por ele não querer, mas por não poder. Já parado e a acelerar em seco, cuidado. Que bomba. Até tinha um escape cromado, que devia valer mais do que o carro na íntegra.
Se isto não é fanfarronice a mais, então a minha cadela não me mijou na carpete hoje de manhã. E eu estou bastante certo que ela o fez.
Só me arrependo de não ter aberto o vidro e ter perguntado:
- Então, isso vai ou quê? Olhe que a velhota na cadeira-de-rodas está quase a apanhá-lo!
- Cale-se! Isto é um maquinão! Eu não ultrapasso porque não quero! Não o ouve?
- Diga isso aos caracóis, se os conseguir acompanhar e não os matar com a fumaceira!

domingo, 1 de março de 2009

Só quero tomar banho!

Estou convencido que aquela música da Kate Perry, "Hot n' Cold", é sobre o chuveiro de minha casa. Reparem, por favor:

Cause you're hot then you're cold,
You're yes then you're no,
You're in then you're out,
You're up then you're down,
You're wrong when it's right,
It's black and it's white,
We fight, we break up,

etc.

É uma reprodução fiel do que é uma tentativa de tomar banho em minha casa, que, metafóricamente falando, se assemelha muito mais à tentativa de um pinguim asmático encher um balão, do que propriamente a um duche normal, numa casa normal e tomado por um anormal. O pinguim não consegue sequer segurar o balão, quanto mais asmáticamente enchê-lo.
Com efeito:
- a água tão depressa sai com a temperatura ideal para escalfar ovos, como se transforma num cocktail gelado, em que o cubo de gelo sou eu;
- ora funciona, ora não funciona;
- tem a pressão de um chuveiro normal num segundo e no próximo limita-se a pingar meia dúzia de gotas, assemelhando-se perigosamente a um chuveiro do Terceiro Mundo
- o ponto anterior é intercalado por períodos em que a água sai com tamanha pressão que era possível lavrar um campo com ele. Quase não o seguro! Como no National Geographic, quando um sujeito está domar uma serpente gigante enraivecida, só que em vez da Amazónia, estou na banheira, e em vez de um chapéu à Indiana Jones, estou nú);
- teima em falhar quando estou a meio, e eu teimo eu dar com ele na parede até que me obedeça.

O resto da letra cortei-a(...we kiss, we make up), pois definitivamente, eu não beijo o meu chuveiro, nem muito menos faço as pazes com aquele palhaço!