quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Bedum?

Empregado de Mesa (E.M.): Então, que tal estava o bife?
Cliente difícil (C.D.): Estava assim-assim... Que é como quem diz mau.
E.M.: Então, mas porquê? O bife não estava bom?
C.D.: O bife sabia à palha.
E.M.: À palha? Mas isso quer dizer o quê? O senhor já comeu palha?
C.D.: Não, mas sei que não sabe a nada. Assim como o bife.
E.M.: Então e os rissóis?
C.D.: Os rissóis sabiam a bedum.
E.M.: Bedum? Não se importa de me esclarecer?...
C.D.: Bedum, homem! Bedum é aquela gordura do animal que sabe mal. E o rissol transbordava bedum.
E.M.: Mas a chouriça gostou, não? É uma especialidade da casa!
C.D.: Pá, não quero ser esquisito, mas a chouriça, além de bedum, sabia a petróleo.
E.M.: Como, a petróleo?!
C.D.: Eu explico. Agora já não fazem os fumeiros como antigamente. Pegam fogo a petróleo, num balde, e metem os enchidos em cima. É o método industrial, para despachar. E esta chouriça era industrial, não era da casa caro amigo...
E.M.: Ouça, não vou discutir consigo, obviamente é um homem com gostos... Particulares. Quer provar o peixe?
C.D.: Uiii, nem pensar. Mais petróleo não.
E.M.: Não me diga que também acha que marinamos os peixes em petróleo.
C.D.: É claro que não, isso seria ridículo. Eles sabem a petróleo porque os barcos de pesca, para não terem problemas de Z.E.E. marítima, vão pescar em sítios onde houveram descargas petrolíferas e os peixes veêm todos a saber a isso.
E.M.: Certo... Imagino que o vinho também não estava do seu agrado?...
C.D.: Uma zurrapa feita a martelo, deveras.
E.M.: Bom, não posso dizer mais nada a não ser lamento muito por si. E pelo almoço também.
C.D.: Que quer dizer com isso?
E.M.: Nada, nada... Café ou sobremesa?
C.D.: Café, se não souber a mijo de rato. É que os gajos lá dos armazéns,têm aquilo mal fechado, e depois os ratos vão dar as mijas para cima das embalagens de café e depois é o que se sabe. E pode ser também uma fatia de pudim, se for francês. Não quero pudim de laranja, que às vezes é o que vocês têm e dizem que é francês.
E.M.: Vou fazer os possíveis. Mas posso-lhe perguntar uma coisa? Se não gosta de nada aqui, porque não vai a outro lado da próxima?
C.D.: Porque na Pizzaria não posso entrar. O dono levou a mal quando lhe perguntei quais eram, da lista, os ingredientes que faziam mal aos clientes. E no outro aqui lado nem pensar. Aqui o bife sabe à palha, mas lá sabe a estábulo.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Só se safa assim quem é ninja

Tinha uma disciplina no secundário chamada I.D.E.S. Disciplina essa que era leccionada pela Maria Botija. Num dos últimos testes, estava tão fartinho de aturar aquele pinguim com hérnias que não estudei a ponta de um corno. Fiz cábulas no computador e siga. Durante o mesmo, sem eu dar por ela, uma das cábulas caiu-me do bolso. A Maria Botija apanhou-a, virou-se para mim e disse:
- André, de quem é isto?
Como adulto responsável, e ciente de que não tinha qualquer escapatória, dei-lhe a única resposta possível e sincera:
- Não é meu!
Só depois me apercebi que estando eu completamente sozinho no lugar onde me encontrava, se não era meu só se fosse da turma anterior (que por milagre, tinha exactamente teste à mesma disciplina e com a mesma matéria). Mesmo assim, não esmoreci:
- Já lhe disse que não é meu!
Ao que ela responde, com os olhos vazios e cruéis:
- Já sabes, tudo o que estiver aqui vou-te descontar no teste.
Depois escancarou o maxilar para soltar uma gargalhada gélida e inumana, típica de quem vendeu a alma ao diabo a troco de um parceiro sexual automatizado e cego.
Ficou ela muito satisfeita, a pensar que era desta que me apanhava nas suas teias maléficas.
Deste-me cá um abalo ao pífaro, Maria Botija... Mal sabias tu que eu tinha umas 200 cábulas no bolso, e apenas me apanhaste uma!
E já nem digo que, tal e qual um verdadeiro ninja, copiei que nem um porco! Mesmo com ela a descontar o que viu na cábula, tirei 15 no teste. Embrulha que é Natal, e com jeitinho que é para oferecer!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Depende, não é?!

Nunca vou compreender muito bem, aquelas pessoas que se abrigam no cliché "perguntar não ofende" para acharem que podem perguntar o que muito bem lhes apetece. Eu explico. Se alguém me pergunta "André, és tão sensual de aspecto quanto a tua escrita o é?" claro que perguntar não ofende. Se me perguntam "André, é verdade que o teu pénis é de tal maneira soberbo que parece que foi esculpido por um artista do Renascimento?", também não me ofendem. Aliás, são perguntas às quais eu geralmente respondo até sem mas terem colocado.
Agora, se alguém chega à minha beira, se faz de sonso, e me pergunta algo do género "É verdade que só fazes sexo 10 vezes por semana?" só para me humilhar, claro que ofende!
Se alguém pergunta a outro "És burro, ou comes merda às colheres?!", claro que ofende! Aliás, não só ofende como não nos deixa muita margem de escolha em termos de actividades.
"Serás tu uma besta?", é outra que tal. É óbvio que não nos vai deixar muito satisfeitos, saber que a pessoa que está a falar connosco, duvida se somos um gorila barbeado ou um ser humano. "Ei, perguntar não ofende...". Ofende sim ó cabeça-de-musgo!
Da mesma forma que, se somos abordados na rua por alguém que nos pergunta "Pode-me dizer as horas?", devemos logo dar-lhe duas solhas na testa! Queres saber as horas, pergunta a quem não quer ter o trabalho de arregaçar a manga para as ver! O pretenciosismo de algumas pessoas, sinceramente.
Portanto, não me forniquem em seco e a puxar-me pela barba. Perguntar OFENDE sim. Depende do que se pergunta.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Eu sei que o fazem, mas poupem-me!

Gostava de manifestar o meu desagrado, repugnância e vómito dificilmente contido para com aquele anúncio a aquecedores ou esquentadores ou seja o que for, que se promove afirmando algo do género "Reacenda a chama da sua paixão". Para corroborar a mensagem, mostram dois velhotes com idade balizada entre os 91 e os 92, abraçados e a beijarem-se. Nus.
Ouçam, senhores que querem aquecer as casas dos portugueses: nós sabemos que um dia vamos ficar assim. Mas até lá, deixem-nos gozar sem preocupações e sem descolamentos de retina por ver coisas destas. Se eu quisesse ver duas uvas-passas gigantes a terem relações sexuais, dirigia-me a um qualquer lar de idosos e atirava uma caixa de viagra para o meio da sala de convívio.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

O Povo é que sabe

Para a frente, como o Valente!
De lado, como o Machado!
Para trás, como o Brás!

São três expressões populares comuns.
O Valente devia ser um tipo destemido.
O Machado, com certeza, tinha um qualquer problema de equilíbrio.
Já o Brás, era homossexual.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Primeiro encontro com...

Sou conhecido pelas minhas longas maratonas a jogar Tetris ou Pac-Man no telemóvel quando tenho que ir à casa-de-banho. É até perder a sensibilidade nas pernas.
Deixou-me isto a pensar... Quão bonito era, num primeiro encontro, eu deixar a minha acompanhante durante 15 minutos à espera? Seria algo do género, julgo:

Se ela fosse Psicóloga...

- Demoraste! Que estavas a fazer?!
- Como? Então... A cagar...
- Ah sim? Fascinante! Desenvolve essa ideia.

Se ela fosse Nutricionista...

- Demoraste! Que estavas a fazer?!
- Como? Então... A cagar...
- Ah, ok. Custou muito? Tens-te alimentado convenientemente?

Se ela fosse Professora de Português...

- Demoraste! Que estavas a fazer?!
- Como? Então... A cag... A evacuar, digo.
- Constrói uma frase em que uses a palavra "fezes" três vezes.

Se ela estudasse Escatologia...

- Demoraste! Que estavas a fazer?!
- Como? Então... A cagar...
- Como era a textura? Eram secas? Saiu um grande ou aos bocadinhos? Posso ir dar uma espreitadela? Não te importas de passar a cagar em saquinhos e dar-me, para estudo?

Se ela fosse Coprofílica...

- Estavas a dar uma cagadela, não estavas?
- Sim... Mas porque perguntas? Ah, pois, demorei muito, desculpa.
- Não, nada disso... Acho isso extremamente atraente num homem... Eram bonitas as fezes?
- Como?!
- Deixa-te de coisas e dá-me já uma aqui à frente de toda a gente enquanto gritas "Merda"!

*Começa a despir-se, e noto que tem uma tatuagem de uma sanita na nádega*

Se ela fosse Coprofágica...

- Desculpa a demora, foi...
- Eu compreendo o que foi! Acabaste-as? Queres um Tupperware?

sábado, 15 de novembro de 2008

À conversa com um tarado

Assim ouve um tarado sexual, uma conversa:

De modo que então resolvi voltar para casa para fazer o sexo. Quando lá cheguei, fiquei excitada por três razões:
- o meu marido estava a brincar com a pila e não pôs a mesa.

- tinha as pernas escancaradas e só entrava frio;
- não tinha cuecas;
Tive que fornicar até mais não puder porque o supermercado estava quase a fechar.
Depois do sexo, claro que o meu marido queria jantar... Está certo... Depois do fraca figura que fez hoje no sexo, mandei-o mas é brincar com a filha!

Claro que, sendo um suíno de primeira água, o tarado não consegue distinguir o que de facto foi dito, e o que imaginou com a sua mente extra-pervertida. Aqui fica a chave para uma melhor compreensão:

Sexo = Jantar (e vice-versa)
Excitada = Fula
Pila = Filha (e vice-versa)
Pernas = Janelas
Cuecas = Batatas
Fornicar = Correr

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Tivessem estudado mais o léxico!

A maioria dos filmes de terror que já vi, apresenta sempre um certo nível de qualidade ao qual já me habituei. É aquela a que os especialistas da 7ª Arte chamam "Qualidade Péssima".

A grande maioria dos filmes que se enquadra nesta categoria, começa, ou com uma mamuda a despir-se (como já num post anterior fiz referência), ou com um membro do grupo, que normalmente se assemelha bastante a uma fuinha, a dizer "mete por ali, eu conheço um atalho".

Posso começar já por aí. Se vamos numa estrada iluminada e a razoável velocidade, porquê (oh, porquê?!), atalhar por um caminho em terra, pelo meio da mata, e com menos luz do que o meu intestino grosso? Estupidez pura. Mas quem é mais estúpido, é quem vai a conduzir e acata o conselho.
Adiante. Neste ponto, estão então no dito atalho. Têm um acidente, e então aparece a "ajuda": um sujeito que eventualmente vai esventra-los a todos e alimentar as suas vitelas alienígenas de estimação com os bocados. Sim, eu já vi filmes assim tão maus. E sim, as vacas eram as assassinas. Aliás, os fetos das vacas, assim é que está correcto. O grupo a quem isto acontece, é sempre igual, e morre sempre na mesma ordem:
- Casal mamuda loira e capitão da equipa de futebol, que é um bronco. São namorados. Ambos, antes do atalho, já protagonizaram pelo menos uma cena de sexo com nudez de peito da loira e sexo oral. O bronco é o condutor do carro, e a razão pela qual toma o atalho é porque não pode perder mais tempo sem estar a fornicar a mamuda. Quase parece que o prazo de validade do silicone vai expirar dali a umas horas. São os primeiros a morrer. Normalmente, a morte da loira implica pelo menos mais uma cena de nudez de mamas e talvez uma cuequinha à vista. O bronco revela-se um autêntico coninhas-de-sabonete. Chora e geme como uma menina enquanto é morto com piladas violentas na cabeça, e nada faz para se salvar.
- Palhaço de serviço. É aquele idiota que vai na viagem sempre a fumar estupefacientes, a consumir álcool e a fazer piadas sobre tudo e mais alguma coisa. É o que sugere o atalho, o cabeça-de-iogurte. Ninguém parece gostar lá muito dele e com o desenrolar do filme, eventualmente fartam-se tanto de o aturar que o herói/heroína do filme lhe dá um tabefe nos dentes para o calar. Porque a besta, apesar de estarem a morrer pessoas, ainda faz piadas sobre isso e diz "isto é uma partida, vai tudo correr bem...". Não vai. Mas ele não vai chegar a saber, porque vai bater as botas a seguir ao casal. Tem uma morte muito dolorosa. Do género de lhe espetarem uma serra eléctrica no cu. E acho bem. Já estava na hora de alguém lhe mostrar que a vida não é só palhaçada e fumar erva até ver elefantes cor-de-rosa. A forma como ele morre, contrasta completamente com a personagem. Finalmente alguém lhe mostra algo que não tem piada.
- Herói ou heroína. São normalmente acompanhados ou pelo namorada(o) ou melhor amigo(a). É aquele gajo (só vou dar o exemplo masculino, senão dá muito trabalho) que não bebe nem se droga. O capitão da equipa de futebol (que é um bronco), goza um bocado com ele, apesar de não saber que ele é muito corajoso e até se levanta todos os dias às 5h da matina para ordenhar as vacas (da quinta do pai). Ou então tem muitos problemas em casa, mas mesmo assim é um tipo às direitas. Este é o personagem que vai sobreviver. A namorada ou o melhor amigo dele, a dada altura no filme, vai dar a vida (dramaticamente), por uma razão ridícula. Isto porque no entender dele(a), vai altruísticamente salvar o herói dessa forma. Algo deste género: "Não, não! Vai para ali, eu chamo a atenção dele! Quando ele me estiver a comer as tripas, dá-lhe com esta tablete de chocolate na cabeça! Só assim ele morre! Não, não discutas! Não, não existe outra solução!".
Não, não me fodam. Existem sempre 54648641 maneiras de matar UMA pessoa. Mas pronto. O herói ensanguentado sobrevive para ordenhar por mais um dia.

Porque tomar o atalho? Não se detêm sequer sobre a palavra. A-talho. Que é exactamente onde eles vão acabar. Num talho, a serem talhados. Até em inglês, shortcut. Tradução literal e "desmontando" o termo, pequeno corte (short-cut). Palavra composta por aglutinação. Assim como eles vão acabar: aglutinados por fetos de vaca aliens amestrados.

Querem melhor aviso do que este?

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Foi um arrepio na espinha

Aconteceu esta tarde. Tenho apenas 24 anos, mas a partir de hoje já me considero um homem vivido. Finalmente, o dueto musical por mim esperado praticamente desde que nasci. Popota e Tony Carreira cantam juntos, com um fim muito nobre: aumentar as vendas de Natal do Continente.

Obrigado a quem tornou isto possível, já posso definhar feliz.

Aliás, o conceito de morte cruzou-me a mente incessantemente enquanto ouvia a música. Bendita a hora em que liguei o rádio do carro.

domingo, 2 de novembro de 2008

Esta é difícil

Estava na rua, a pensar em ir às compras, atacar os saldos. O dia estava normal, não se encontrava indisposto. Tinha a mão apoiada num carro, que se assemelhava bastante a um candeeiro com rodas. De repente, o Stallone faz rappel até mim num cabo de electricidade. Pergunta-me se tenho trocos para o parquímetro. Digo que não, e ele monta a sua vassoura voadora e prepara-se para ir embora. É nesta altura que passa por nós o Mickey e diz "Vou às ratas".

O que existe de totalmente impossível neste cenário?

Obviamente, eu nunca iria às compras, e muito menos aos saldos. Isso é coisa de mulher.