Estava no trânsito há uma eternidade. Ou duas. Estava a ir para o trabalho. Passado algum tempo, a perna da embraiagem parece que começa a mingar, de tanto "pára-arranca". Começo a indagar como é humanamente possível que tantos dromedários tenham licença de condução.
O meu cérebro começa a ceder.
Anda lá, mete lá o carro. Já meteste metade e agora é que me perguntas se podes?! - pensava.
Eu, muito honestamente, não acho que as mulheres sejam más condutoras. Aliás, já vi uma que fazia tantas coisas ao mesmo tempo, que até com a testa buzinava, só para manter as mãos desimpedidas. Mas com o cansaço, começava a achar verdadeiros os estereótipos. Elas têm um problema quanto a calcular as distâncias.
Achas mesmo que o meu carro passa contigo aí assim?!
O meu cérebro cede mais um pouco ao stress.
Nesta altura, a ideia de espetar o meu carro na traseira do da frente, faz todo o sentido para mim. E sair do carro, despir-me e cantar em cima do tejadilho já esteve mais longe de ser absurdo.
O carro de trás buzina, porque à minha frente existem 10cms de espaço entre mim e o próximo automóvel:
- Então, não anda?!
- Não. Este carro é para exposição, e estou a espera que construam o stand à minha volta. Estúpido.
Não fosse o gelado que comi antes de sair de casa e tudo tinha sido pior. E então atingiu-me, como uma gaja mesmo muito feia a tentar galantear-nos: o gelado era um pinta-línguas.
Olhei ao espelho... Parecia que tinha comido o almoço do Shrek. Dentes, língua, gengivas: tudo verde.
Tentei salivar apressada e abundantemente, mas era tarde e de nada servia. O trânsito começou a andar. Não havia volta a dar: tinha que conseguir entrar, não cumprimentar ninguém e chegar a uma casa de banho.
Cheguei e entrei... Ninguém à vista! Avança, vai vai vai!
Virei uma esquina:
- Oh André, viva, então? Tudo bem? Este trânsito hoje está impossível!
Tentei conter-me...
- Bem pela sua cara, já vi que estava mesmo mau! E aqueles indivíduos que se põe a buzinar mal existe um espacinho minusculamente exíguo à nossa frente?!
...apenas uns segundos:
- É verdade! São uma pandilha de mentecaptos! E mais...
- Oh André, mas você andou a comer musgo ou lava os dentes com folhas de arbusto?
- Não. Foi um micróbio que estava a transportar clorofila num camião-cisterna, do meu molar inferior esquerdo, para o canino superior direito e teve um acidente. Estúpido.
O meu cérebro começa a ceder.
Anda lá, mete lá o carro. Já meteste metade e agora é que me perguntas se podes?! - pensava.
Eu, muito honestamente, não acho que as mulheres sejam más condutoras. Aliás, já vi uma que fazia tantas coisas ao mesmo tempo, que até com a testa buzinava, só para manter as mãos desimpedidas. Mas com o cansaço, começava a achar verdadeiros os estereótipos. Elas têm um problema quanto a calcular as distâncias.
Achas mesmo que o meu carro passa contigo aí assim?!
O meu cérebro cede mais um pouco ao stress.
Nesta altura, a ideia de espetar o meu carro na traseira do da frente, faz todo o sentido para mim. E sair do carro, despir-me e cantar em cima do tejadilho já esteve mais longe de ser absurdo.
O carro de trás buzina, porque à minha frente existem 10cms de espaço entre mim e o próximo automóvel:
- Então, não anda?!
- Não. Este carro é para exposição, e estou a espera que construam o stand à minha volta. Estúpido.
Não fosse o gelado que comi antes de sair de casa e tudo tinha sido pior. E então atingiu-me, como uma gaja mesmo muito feia a tentar galantear-nos: o gelado era um pinta-línguas.
Olhei ao espelho... Parecia que tinha comido o almoço do Shrek. Dentes, língua, gengivas: tudo verde.
Tentei salivar apressada e abundantemente, mas era tarde e de nada servia. O trânsito começou a andar. Não havia volta a dar: tinha que conseguir entrar, não cumprimentar ninguém e chegar a uma casa de banho.
Cheguei e entrei... Ninguém à vista! Avança, vai vai vai!
Virei uma esquina:
- Oh André, viva, então? Tudo bem? Este trânsito hoje está impossível!
Tentei conter-me...
- Bem pela sua cara, já vi que estava mesmo mau! E aqueles indivíduos que se põe a buzinar mal existe um espacinho minusculamente exíguo à nossa frente?!
...apenas uns segundos:
- É verdade! São uma pandilha de mentecaptos! E mais...
- Oh André, mas você andou a comer musgo ou lava os dentes com folhas de arbusto?
- Não. Foi um micróbio que estava a transportar clorofila num camião-cisterna, do meu molar inferior esquerdo, para o canino superior direito e teve um acidente. Estúpido.