domingo, 4 de outubro de 2009

Nojo

Não existe palavra que melhor descreva o meu sentimento perante aquele negócio que se anda a desenrolar, a altas horas da noite, na Sic Mulher.

Assim começa mais uma rubrica ninja, que tentarei repetir no futuro, pois material não me falta. Refiro-me à rubrica "Programas tipo bróculos". Tentarei, com um rigor assertivo, expor aquilo que no meu prisma de visão, me parece um crime estar sequer a passar na televisão com a designação de "programa". Bróculos, porque ninguém no seu perfeito juízo gosta desse vegetal que os demónios usam como desodorizante.

O programa de hoje, é o "Talk Sex With Sue".

A Sue é esta senhora:


Durante um zapping, capturei durante uns milésimos de segundo uma imagem semelhante a esta, e o meu corpo deixou imediatamente de responder. Fiquei numa espécie de transe, em que estava completamente consciente, mas não conseguia controlar nenhum músculo. Nem as pálpebras. O meu corpo ficou completamente rígido e imóvel. Vulgo "estado-de-choque".

Esta senhora é a anfitriã de um programa que fala abertamente sobre sexo. Fosse ela 200 anos mais nova, e não tinha nada contra, até aplaudia. Mas ela não tem menos 200 anos, ela tem sim mais 400 em cima dos seus já 1700. Foi ela quem orientou os Reis-Magos em direcção a Belém, e lhes explicou onde ficava o clítoris.
Esta senhora, supostamente, é um supra-sumo da anatomia sexual de ambos os géneros, e ainda domina amplamente a psicologia da mesma área. Supostamente. Porque ela não faz a mínima ideia do que está para ali a dizer. Só que a Sue, fala com uma altivez e segurança que parece mesmo que sabe do que está a falar.

As pessoas ligam porque tem graves problemas disto ou daquilo, ou só querem tirar dúvidas. Ao longo do programa, comecei a reparar numa certa consistência de "falta total de lucidez" no que diz respeito à relação que os homens tem com vibradores.
Uma mulher liga para lá, porque tem um "Mr. Pleasure 25 inches" em casa e o marido não acha piada. Os conselhos dela são do mais estapafúrdio que alguma vez no planeta Terra alguém se poderia lembrar. Senão note-se o conselho que ela deu à tal mulher que ligou a pedir ajuda neste assunto:

"Tem que introduzir (?!) o vibrador na sua relação sexual, mesmo que ele não queira! Ligue-o e passe-o pelo corpo dele! Os homens ADORAM. Sim, claro que tenho a certeza! Passe-lhe pelo pénis, pelo recto, testículos, no espaço entre os dois anteriores, nos sovacos, nos mamilos... Em todo o lado! Vai ver que ele vai ficar tão excitado que só vai querer rasgar-lhe a roupa toda."

Então não é? Quem me dera a mim ter uma relação semi-homossexual, completamente perturbadora, com uma pila de plástico cheia de veias salientes. Nada me faria mais feliz. Só mesmo se o pudesse levar a jantar, aí então era o êxtase.
Mas a mulher sabe o que está a dizer?! É óbvio que não. E depois, insiste em pronunciar exagerada e repetidamente as palavras penis e rectum.

E quem liga, tem cá uns daqueles complexos...
Como aquele que ligou a perguntar se era errado masturbar-se a ver um filme pornográfico que ele comprou, porque a mulher só faz sexo com ele uma vez por mês. Vou arriscar um "não, e arranja uma mulher e não um frigorífico".

E claro, a outra senhora que perguntou se por ter sexo anal era possível engravidar.
Quando eu já estava a achincalhar mentalmente a mulher, não é que a resposta dela é "pode acontecer porque quando vocês o fazem, tu estás à doggy-style e se ele ejac"...
Não tenho coragem de continuar porque isto é demasiado nojento até para os meus padrões. Digamos apenas que no entender dela podia existir gravidez ela se mantivesse naquela posição e ele ejac... Não tenho mesmo coragem.
E uma mulher com 2100 anos NÃO DEVE em nenhuma circunstância conhecer o termo doggy-style. É que isso nem sequer existia antes de expirar o prazo de validade dela, o que deve ter acontecido à cerca de 2050 anos.

Não esquecendo também a senhora que liga porque o namorado gosta que ela lhe faça sexo oral, mas ele apresenta um odor desagradável no pénis.
Sue, se não te importas vou tomar iniciativa de responder a esta:

DIZ AO TEU NAMORADO PARA SE LAVAR, OU ARRANJA UM QUE NÃO GOSTE DE VIVER COM O MESMO NÍVEL DE HIGIENE DO QUE UM CAMIÃO DO LIXO!

Termino como comecei: nojo.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Sei que me vou odiar mais tarde, mas...

Outro dia estava com problemas de Internet. Como sou uma pessoa com classe, contactei a empresa via o seu fórum, visando insultar alguém que não tinha culpa nenhuma e só trabalhava lá.
Deixei a minha mensagem, com os habituais "isto é inadmissível, já tive melhor recepção em Saturno usando serviços da concorrência, deviam ter vergonha" etc.

Dois dias depois, recebo uma mensagem de um utilizador eufórico e com problemas idênticos. Aparentemente, ele tinha a solução para mim. Vou encurtar a mensagem, para expor só as partes principais. Ela está tal como ele a escreveu, e toda ela é verdadeira:


"RECLAMA PARA LA , MAS RECLAMA A SERIO TIPO 50 VEZES VAIS VER QUE FICAS COM NET HA BORLA COMO EU.

LIGUEI A UM DOMINGO 53 VEZES , TIVE TODA A NOITE 2 MB , 3MB , AS 08.10 DE SEGUNDA AINDA TINHA ESSA VELOCIDADE.

AS 08.20 LIGA O TECNICO PARA O DESPITES , E JA TINHA OS 10MB, EU DISSE-LHE ASSIM

CITO , SR TECNICO O CLIENTE NAO ESTUPIDO ALGUM , NAO FACAM DE MIM PARVO PORQUE SEI QUE HA 10 MINUTOS ANTES DE ME LIGARAM PUSERAM ISTO A FUNCIONAR COMO DEVE SER.
QUANTOS DIAS VAI FICAR BOM DESTA VEZ .
SEI PORQUE ESTAVA A TESTAR ANTES DE LIGARAM , TODA A NOITE E O FIM DE SEMANA NESTA PORCARIA DE VELOCIDADE E QUER VER QUE EM 10 MINUTOS E RESOLVE ISTO

E O TECNICO ASSUMIU QUE HAVIA UM PROBLEMA NA ZONA

ENTAO FALEI QUE TEEM DE FAZER O DESCONTO

PASSARAM PARA AS FACTURAS E A GAJA LEU O RELATORIO DO TECNICO E VOILA DESDE JANEIRO 2009 INTERNET HA BORLA E ESTAMOS EM AGOSTO

LIGO UMA VEZ POR MES PARA FAZEREM O ACERTO DA NET.(PORQUE ELES ESQUECEM-SE
AGORAS TENHO 4MB AS VEZES 5MB , MAS NAO PAGO

PALAVRA DE ORDEM :QUE RECLAMA ATE HA EXAUSTAO 16990 PORQUE FUNCIONA , COMIGO FUNCIONOU
RECLAMEI TANTO QUE O SUPERVISOR SE OFERECEU PARA CANCELAR O MEU CONTRACTO COM FIDELIZACAO

RECLAMA QUE FICA HA BORLA"


Ora bem, apesar das óbvias boas intenções do indivíduo, não pude deixar de reparar em certas particularidades.

Este senhor passou uma noite inteira, de caneta e papel em riste, a marcar traços. Contando o número de vezes que ligou para o apoio técnico. Número esse que atingiu o número exacto de 53 vezes. Não foram para aí 50, foram 53 (ponto).
Acrescido, durante a noite em questão e para além disto, escreveu um relatório pormenorizado em que indica a velocidade da sua Internet e as horas da ocorrência. Velocidade essa que era de 3Mb, precisamente às 8:10h da manhã. Muito provavelmente após uma longa noite pressão psicológica.
Sim, porque se ele não escreveu um relatório, e se lembra que em Janeiro (e nesta altura era Agosto), das horas, velocidades, o número de vezes que ligou para o apoio, e ainda se lembra o suficiente para citar o que disse ao técnico... Então isto ainda é mais estrambólico do que se perfilhou.

E não se esqueceu de falar no desconto. Note-se como não disse "não me forneceram o serviço, não pago". Não. "Eu pago se me derem desconto", assim está bem. Não sou de estereotipar (até sou), mas isto foi mesmo à bom Português.
Já para não falar do "HA BORLA". Não me vou referir aos erros gramaticais, isso não faz de ninguém mais pequeno que outro, mas a "BORLA" definitivamente fá-lo mais "TUGA".
Mas vai daí até não, porque note-se que até empregou vocábulos técnicos estrangeiros em "A GAJA LEU O RELATORIO DO TECNICO E VOILA".
Retiro o que disse.

Mas não se ficou por aqui. Ainda liga uma vez por mês para lhe fazerem o "ACERTO DA NET". Ora e porquê? "PORQUE ELES ESQUECEM-SE".
Ora pois claro que sim. A empresa em questão, tem funcionários cuja única função estar em frente a uma tabela computorizada, com o poder de "acertar" a velocidade dos milhares de utilizadores que estão com ela incorrecta, e castigar aqueles que lhes apetecer. São deuses cibernéticos. Já os imagino lá no seu cubículo a dizer "Ah vais ver porno e és casado?! Já te lixo! Fica já sem net!". Carregam num botão e já está. De certeza que é o que acontece. E aposto que se divertem imenso. São aqueles que nos cancelam a ligação quando estamos mesmo quase a concluir a declaração do IRS e não gravámos antes.
Já no caso dele, como refilou, o caso muda de figura. O mesmo funcionário está lá e de repente lembra-se "Ei, não fiz o acerto do Sr. X por esquecimento! Fiz de tanta gente, como é que me fui esquecer! Estamos tramados, vai ser outra longa noite! Deixa-me já tratar disso antes que ele ligue!".

Mas ele provavelmente liga na mesma. É que eles esquecem-se.

De certeza que este indivíduo também usa um chapéu de papel de alumínio, para o Governo não lhe ler o pensamento e só come enlatados para não correr o risco de ser envenenado pela D. Genoveva do Super-Mercado, que não engana ninguém e é da P.J.

Estou a ser mauzinho, e muito, eu sei. A intenção dele foi genuína e generosa, portanto acho melhor deixar aqui uma mensagem pessoal para finalizar.
Cá vai.

Caro utilizador, que no teu perfil do fórum tens a informação:

Grupo: Members
Posts: 12
Registado: 29-May 09
De: NA LUA
Membro No.: 1586

Não tenho a menor dúvida que é de lá que vens.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Nem à katanada gosto de lá entrar

A minha casa é a figura encarnada da Lei de Lavoisier: Na Natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma.

Aqui em casa é igual. Nada vai para o lixo a não ser que seja mesmo necessário. Assim sendo, acumula-se tudo na cave.
É o único lugar do planeta onde a resposta à pergunta "Onde guardas as bicicletas?" passa por "Entre as armaduras do meu tetra-tetra-tetra-avô e a Arca-da-Aliança".
A quantidade imensurável de caixotes de plástico e cartão que "podem vir a dar jeito" definem as paredes da cave e, por esta altura, já vivem em simbiose com a própria casa. A amálgama de objectos inúteis encaixotados, móveis velhos e lixo, com o passar dos anos, fundiu-se com uma consola de jogos antiquíssima minha. Que apesar de, pela altura em que foi posta de parte, ser apenas uma caixa de plástico preta com botões e com os circuitos totalmente partidos e soltos lá dentro, foi também guardada, porque "um dia ia ser arranjada e eu ainda ia querer jogar nela de novo". Claro. Quem não ia ter saudades da época em que controlava um quadrado, que disparava rectângulos a outros quadrados. O "Guerras Geométricas" como eu lhe chamava.
Dessa fusão entre aquela escória plastificada e todo o resto de porcaria desnecessária, surgiu uma massa disforme e autónoma, que se enraizou nas fundações do edifício e que se diverte a jogar Tetris com os amontoados de caixas que lá são armazenados diariamente. Antes de os ingerir ruidosamente.

Qualquer objecto que se arrume por lá, se não for recuperado nas primeiras 24 horas, fica com as hipóteses de ser reencontrado reduzidas para cerca de apenas 10%.
Ao fim de 48 horas, a enorme massa de entulho mutante que lá habita, lança os seus braços (feitos de caixas e brinquedos antigos de praia) em volta dele e então é o adeus: já foi completamente assimilado pelo monstro.

Daí que eu abomine veementemente, quando me pedem a mim para ir lá abaixo ligar o esquentador.
Primeiro, porque os meus pais estão tão afeiçoados e são de tal maneira diligentes com as relíquias que por lá guardam, que mandaram instalar um scanner de retina à porta da cave. Em minha casa, é mais fácil roubar televisões, leitores de DVD, computadores ou qualquer outro electrodoméstico, do que uma termos de café com 40 anos.
E segundo, porque quem partiu a consola toda, obviamente fui eu, e ela gosta sempre de me cuspir telhas velhas de cada vez que desço ao seu covil.

O entulho mutante alicerçou-se de tal maneira, que quando eu ia a sair para a escola ouvia sempre:

- Diverte-te em Geometria, saco-de-órgãos!

E quando finalmente respondi que não tinha essa disciplina, uma telha saltou do telhado, na minha direcção.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Ajuda-te a ti próprio primeiro...

Mas quem é que me manda armar em bom-samaritano?
Outro dia, na rua, começo a ouvir uns "excuse me, excuse me". Que para quem não sabe, significa "sou como um boi almiscarado e o meu telemóvel é da Nokia".
Menti, significa sim "tenho um couro cabeludo que parece uma couraça ferralítica".
Menti de novo, e esta piada já foi longe demais. Se não sabem o que quer dizer, peço desculpa, mas agora também não tenho tempo para explicar.
Onde é que eu ia? (Como se eu não soubesse, isto é escrito... Bastava ter olhado para cima em vez de me armar em estúpido). Ah sim, já me lembro! (Continuo a armar-me em paspalho).
Portanto, "excuse me, excuse me".
Voltei-me. Era um sujeito nitidamente estrangeiro, pois usava chapéu à cowboy, casaco laranja, e cheirava a pólvora e especiarias. Pensei eu que, sendo o mês Agosto, era um turista que queria pedir informações. Ávido de testar o meu inglês com alguém que o tinha como língua nativa, dediquei-me à causa e fui extremamente solícito:
"Oh yes, dear sir, how may I help you on this fine August day? Need directions? The local Cathedral is nearby, and so are some skanky, dirty prostitutes."*1

Estupidez descomunal. O tipo queria impingir-me um livro qualquer, que era uma espécie de Bíblia de uma seita que nunca ninguém ouviu falar. O gajo era extremamente simpático, e fartou-se de elogiar o meu inglês, que é francamente excelente. Ainda para mais sendo ele americano. Mesmo assim não me estava a convencer, como devem imaginar. Mas ele lá continuava a falar, tentando vender o seu peixe:
"Blá blá blá, we drink blood*2, blá blá blá, raping hamsters with forks*3, blá blá blá, we live on lego houses*4..." etc.
Um discurso que nunca mais terminava, durante o qual, para além disto, ainda referiu que me estava a oferecer o livro e que não queria nada em troca pois que estava a ajudar o pessoal que o produzia. Ah, e que usavam cuecas florescentes do Star Wars.
Este último argumento até me fez duvidar durante uns segundos. Mas, e adivinhando imediatamente, a minha namorada deu-me logo um tabefezito na nuca e eu acordei para a realidade. Além disso, só uso boxers.
Bem, o discurso continuou, insistindo que não queria nada pelo livro. Até o folheou e me explicou porque é que tinha imagens de cangurus a espancar astronautas com broas ou de homens só de galochas a regar vasos.

Quando aquilo chega a pontos em que eu já divagava sobre tomar uma dose fatal de estricnina a ter de o continuar a ouvir, finalmente ele termina e sai-se a pedir uma "small donation"*5. Já estava à espera... Queria insultá-lo, dizendo-lhe que tinha a inteligência de um nenúfar, mas ele provavelmente ia mostrar-me a imagem de um porco usando um como saiote e a fazer balet.
Obviamente que lhe disse que não havia "donations" para ninguém. Então, o tipo tem a audácia de me tirar de novo o livro e ir embora... Para voltar passado 30 segundos e me perguntar:
"Erm... About those prostitutes..."*6
Ao que eu respondi:
"I'll tell where, for a small donation."*7

Que péssimo dia para ter deixado as matracas em casa.


Traduções:

*1: "Sim, caro senhor, como posso ajudá-lo neste excelente dia de Agosto? Precisa de direcções? A Catedral está perto, assim como algumas prostitutas sujas e rançosas".
*2: bebemos sangue.
*3: violando hamsters com garfos.
*4: vivemos em casas feitas de Lego.
*5: pequeno donativo.
*6: "Erm, sobre daquelas prostitutas...".
*7: "Digo-te onde, a troco de um pequeno donativo".

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Pigmentos nacionais era o nome da loja

Gosto de me divertir a imaginar situações ridículas, com personagens patéticas. No outro dia lembrei-me de pôr um completo e assumido racista a trabalhar numa loja de decoração de lares:

Cliente: Boa tarde.
Funcionário Racista: Saudações arianas. Posso ajudá-la de forma nacionalista?
Cliente: Ahh, acho que sim... Mudei de casa, preciso de pintar as divisórias e mobilá-la. Gostava de ver de tudo um pouco. Podemos começar pelas tintas para pintar.
Funcionário Racista: Olhe, pode optar por esta aqui, chama-se Preto-filho-da-puta.
Cliente: ???! Ok... Essa é um bocado escura demais, não tem nada com mais... brilho?
Funcionário Racista: Ah, como a compreendo, a sra. obviamente tem bom-gosto. Também temos este amarelo-peido-à-chinoca, se calhar está mais do seu agrado.
Cliente: Não estou muito satisfeita com a ideia de pintar a minha sala com peido, mas a côr nem é má. Mas não compreendo os nomes das tintas.
Funcionário Racista: É só uma referência minha, para ajudar a distinguir. Essa côr é de deixar os olhos em bico... Isto é só uma piadita que digo sempre...
Cliente: Hilariante, por dentro estou às gargalhadas. Que mais têm?
Funcionário Racista: Bom, temos este vermelho-sangue-de-judeu, o azul-pólvora, que me faz lembrar os meus tempos de limpa-chaminés...
Cliente: Limpa-Chaminés?...
Funcionário Racista: Chaminés era o nome que nós dávamos aos indivíduos negros, e o limpa... Bom, acho que já percebeu. Daí que a pólvora me lembre...
Cliente: Já compreendi. Ouça, e se quiser pintar uma parede de côr diferente, dentro de uma divisória?
Funcionário Racista: Nem pense nisso minha senhora, cada quarto de cada côr! Senão que missogenia! Um quarto assim era um atentado para a nação.
Cliente: Ok, sabe, eu trato disso depois. Mostre-me o que tem de decoração por favor.
Funcionário Racista: Temos aqui esta estatueta que representa o Holocausto. Bons tempos. Como pode ver retrata um nazi a obrigar um judeu a comer brócolos e couve-flor. Um pouco áspero para um estômago mais fraco, mas uma bela obra-de-arte.
Cliente: Eu volto noutra altura.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Só não é engraçada

Amigo 1: Queres ouvir uma piada?
Amigo 2: Claro, claro.
Amigo 1: AAAAHHHH!
Amigo 2: O que é isso?
Amigo 1: É o último grito da moda.
Amigo 2: Ela está a morrer?

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Katanada da Salto-Alto

A minha namorada, ao longo do nosso tempo de namoro, tem vindo a verificar uma certa consistência de comportamentos por minha parte, que a levou a tirar uma determinada conclusão. Generosamente, eu acedi a deixá-la publicar isso aqui no blogue. Portanto, hoje fico-me por aqui. Deixo-vos, sem mais demoras, à mercê das palavras da Salto-Alto, na certeza de que haverá retaliação.

André Ninja Costa


Pronto, uma gaja já não pode reclamar com o gajo que se vê logo obrigada a partilhar uma lista de queixas. Como estou habituada a estas lides alinhei e aqui publico as Razões pelas quais eu acho que o André é um velho de 65 anos preso no corpo de um jovem de 24 anos:
  • Utiliza o termo "mercê";
  • Não pára de falar nos benefícios do iodo quando vamos à praia;
  • Mal saímos do centro da cidade começa logo a respirar com mais força e a dizer "ah, que bem se está no campo! Muito mais saudável!";
  • Quando quer fazer valer o seu ponto de vista, tem sempre um ditado popular na ponta da língua;
  • Se aparece na televisão uma gaja nua, depois de a apreciar convenientemente, já está a perguntar "Isto dá a estas horas? Quando era miúdo para ver uma gaja nua tinha que me fechar no quarto para ver o "Água na Boca" às escondidas!";
  • Lembra-se do programa "Água na Boca";
  • Quando vê uma miúda com menos de 14 anos na rua, quase de mamas à mostra ou de mini-saia muito curta, começa a resmungar "Se fosse minha filha nem de casa saía" e quando lhe pergunto como ia fazer isso, responde-me "perguntava-lhe se queria ser confundida com uma pêga rançosa";
  • Insiste em levar o carro para ir à padaria... Que fica a 30 metros de casa;
  • Hoje cheguei a casa e estava a ver "O Preço Certo" e mal me vê exclama: "Olha só para as coisas que lhe deram!" (note-se que era um presunto e vários galhardetes);
  • Sabe de cor a música dos genéricos dos "Transformers" (sim, os bonequinhos), do "Conan - The Adventurer", do "Capitão Planeta", das "Tartarugas Ninja" e tem a amabilidade de fazer a coreografia - inventada por ele - que se limita a socos e katanadas em inimigos imaginários;
  • Ainda é do tempo em que o Rambo tinha menos de 80 anos e ainda fazia os próprios filmes;
  • Sabe como se joga à malha.

(eu queria deixar aqui publicitado que o André não me deixou utilizar a cor roxa no meu texto porque, e cito-o: "Não quero cá cores paneleiras no meu blogue". Uma jóia de moço.)

Beijocas, Salto-Alto (isto também devia estar a roxo)

domingo, 19 de julho de 2009

Teoria do flato

Outro dia, estava à conversa com o meu irmão, e puff. Não era Chocapic, foi mesmo ele que se descuidou. Logo após tapar devidamente as narinas, enquanto ele agitava os braços para "empurrar" o cheiro na minha direcção, conversámos sobre mulheres e mais não sei o quê, e foi quando surgiu esta ideazita. A qual aproveitaria para lhe agradecer, mas não o farei. Isto porque ele não lê blogues, argumentando e justificando o porquê disso com "eu faço sexo regularmente". Apesar de eu saber que volta e meia lá anda ele a ler o que escrevo e a dizer "Ai André, André! Tenho tanto para aprender contigo, maninho".

E então, a ideia é a seguinte, e lá mais adiante já vão compreender porque comecei com o puff.
Ao longo da História, o homem (e refiro-me ao sexo masculino, e não a toda a humanidade) regra geral, tem vindo progressivamente a tornar-se menos e menos violento na resolução de conflitos. E a culpa é das mulheres!

Na época do Homo-Sapiens, se o vizinho me tinha roubado o javali, dava-lhe uma traulitada na cabeça com um qualquer utensílio manufacturado e transformava-o em mobília. Então, a mulher queixou-se: "Nem penses que me vou sentar em cima do Krotingas! O tipo fede a mamute!". Então, o homem passou só a dar as traulitadas.

Saltamos no tempo, para a Idade Clássica, e posteriormente para a Idade Medieval. Andava-se à espadada por tudo e por nada. Nas cruzadas, andávamos às turras com os Mouros. Persistiam as traulitadas, mudou apenas a engenharia dos utensílios, portanto. Bons tempos. Então, a mulher falou: "Nem penses que te vens sentar à mesa cheio de sangue de turco na armadura! Já está na altura de cresceres, estamos nos tempos modernos.".

O homem cede. Enquanto passámos, efectivamente, pela Idade Moderna, aperfeiçoamos o uso das armas de fogo, para podermos matar à distância e não termos que ouvir os queixumes das mulheres. Chegamos ao cúmulo de já nem sequer podermos dar sopapos uns nos outros, temos que usar uma luva branca e esbofetear o adversário com ela... Então, ainda não contente, a mulher falou novamente: "É que fedes a suor! Fedes! Com esses duelos de armas todos, ficas todo nervoso e vens todo suado para casa! É a suor e a pólvora! Isto tem de acabar..."

E assim prossegue a História, até chegar aos nossos dias. Com tanto azucrinar, já não podemos fazer nada. Andar aos tabefes é uma estupidez. Brincar com pistolas de plástico é uma infantilidade. Só temos o nosso último reduto, as flatulências. Não é infantil, como as mulheres dizem, achar piada só à palavra peido. De facto, os gases são o último mediador de conflitos autorizados pela sociedade moderna. Estamos reduzidos a ver quem dá o traque mais barulhento ou a bufa mais fedorenta. O vencedor é aceite e o seu ponto de vista valorizado sem mais discussões. Aliás, ainda nos rimos por cima.

Daí que, a cultura da flatulência seja tão valorizada entre os machos. Temos uma boa percentagem de vocábulos para nos referirmos a eles, pois existem diferentes tipos. Vou expor os três principais:
- O Traque, é a forma de flatulência que vai buscar o seu nome ao som "Trrrrráááá!" que produz ao ser expelido. Apresentam um nível de odor mínimo, mas fazem uma barulheira descomunal;
- A Bufa, é de todos o mais letal. Também o nome deriva do ruído característico que produz a ser expelido, que se assemelha a um sopro. O nível de odor é máximo, e na maior parte das vezes, é completamente imperceptível para o ouvido humano. Ideal para ganhar argumentos ou conseguir aquele lugar no autocarro. São os meus preferidos, porque são autênticos Ninja-Flatos e porque são irónicos, pois apesar de quase sem barulho, arrumam com qualquer traque. Tipo o Yoda em Star-Wars;
- O Peido ou Farpa: É uma mistura de ambos os géneros anteriores, apresentando níveis intermédios de odor e de ruído. É consistente.

Posto isto, aturámos as mulheres a refilarem de tudo o que for preciso, mas o flato é sagrado. Vamos lutar, se for preciso, para mantermos o nosso direito ao peido! E se o tivéssemos feito há uns milhares de anos atrás, ainda andávamos com mocas de madeira ao cinto.

E então, já compreendem o puff? É que só havia um único Kinder-Bueno quando comecei a conversa com o meu irmão. Ele ganhou-o, e até à data, continua imbatível. Mas eu vingo-me! Há uma semana que só como feijões e ervilhas.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Castração verbal

Amigo 1: Então, como anda a tua vida amorosa?
Amigo 2: Nada famosa.
Amigo 1: Que se passa?
Amigo 2: A minha namorada é um bocadinho... Peculiar. Gosta de fazer analogias com fauna e flora, em pleno acto sexual.
Amigo 1: ?? Como assim?
Amigo 2: "Somos como duas partículas de plâncton, em plena união simbiótica, à deriva num oceano de amor profundo!". Assim.
Amigo 1: Isso é perturbador de muitas maneiras.
Amigo 2: A quem o dizes. Mal consigo dar conta do recado. O meu plâncton duro passa logo a plâncton inerte e morto.
Amigo 1: Então, e que tal tem corrido a relação?
Amigo 2: Que achas? Experimenta tu ouvir "Degusta-me da mesma forma que o leão devora a pura gazela!" e manter isto erecto. Já para não dizer que fico confuso, nem sei se ela quer que eu a morda ou lhe dê uns tabefes na cara. E pára lá de rir!
Amigo 1: Desculpa, desculpa, mas isto é mesmo muito bom... Hahahaha...
Amigo 2: Não tem piada! Quando estou quase a ter o orgasmo ela diz-me "Sim, sim, és como um vulcão suave e carinhoso a entrar em erupção de puro êxtase, e eu sou a terra bravia que vais desflorestar com a tua actividade magmática!".
Amigo 1: HAHAHAHA! Ok, ok calma, não te zangues... Mas realmente nunca ouvi semelh... HAHAHAHA!
Amigo 2: Queria ver se fosses tu!
Amigo 1: Tens razão, falar é fácil... Olha lá, e ela tem orgasmos?
Amigo 2: Claro, era impossível não reparar. Ela imita uma catatua-das-molucas sempre que o atinge.
Amigo 1: Não sei se me ria ou se chore...
Amigo 2: Deixa-me ajudar-te a decidir!
Amigo 1: Ei, calma, não me dês murros! Envergonhas-te a ti próprio... Afinal de contas ainda andas com ela porquê?
Amigo 2: Porque apesar de tudo aprendo coisas novas. É como ir para a cama com o Discovery Channel.

sábado, 27 de junho de 2009

Pénis para que te quero

Acho que os homens, por natureza, são mais imaturos que as mulheres. Digo isto porque, primeiro, as mulheres que lêem este blogue ficaram já de "papo-cheio", e convém agradar à clientela. E segundo, porque apesar de serem mais imaturos, são também mais divertidos.
Tudo começa à nascença. Às meninas é dada uma vagina que, até entrar em actividade, é enfadonha. É claro que mais tarde se torna num parque de diversões muito concorrido, mas eu refiro-me à infância. Os rapazes nascem e crescem agarrados a um pénis. Mal acaba o parto, já temos uma mão na boca e outra nos tomates. À saída do ventre provavelmente já os vinhamos a coçar e já demos umas tapas nos rabos das enfermeiras.

E a diversão começa na casa-de-banho. O simples de facto de podermos apontar é a galhofa generalizada. Crescemos a fazer concursos sobre quem mija de mais longe da sanita e fazemos lutas de espadas com o jacto de urina. Enquanto fazemos efeitos sonoros verbais, imitando os sabres-de-luz de Star Wars. Já as meninas, fazem o quê? Nada, lamento. Queixam-se da esterqueira que os irmãos deixaram na sanita depois de irem lá dar uma mija com os amigos.
Exactamente, eu estabeleço uma ponte entre a nossa melhor capacidade de diversão com o nosso pénis. E isto vai-se repercutir no futuro de cada um dos sexos.
Daí que, por exemplo, eu nunca destranque o carro sem antes gritar "Power Extreme", enquanto adopto uma power-stance imitando o He-Man: pernas abertas, braço no ar. Só que em vez de uma espada tenho a chave do carro e em vez de ficar com armaduras quiméricas fico só com mais estilo.
Claro que a minha namorada não entende. E apesar de ter aguentado olimpicamente, com riso, as primeiras manifestações, agora só revira os olhos e suspira enquanto leva a mão à testa. Isto porque, claro, ela nunca teve mais nada com que se entreter do que com uma vagina, durante a infância. Porque convenhamos que imitar o He-Man e gritar o mesmo que os Centurions (desenho-animado da minha infância que via agarrado ao pénis) sistematicamente é, no mínimo, fora-de-série.

Querem mais exemplos? Como não estavam aqui quando escrevi isto, vou assumir que a resposta seria "Quem és tu, e que estou a fazer no teu quarto?!". Ignorando isto, vou dar mais exemplos.
Um homem, sempre que é incumbido de uma tarefa seja ela qual for, está perante uma missão de alto-risco a cumprir. Vou de novo dar um exemplo pessoal: a minha namorada pede-me para ir buscar a bolsa dela ao carro. A primeira coisa que faço é ir imediatamente comprar uns walkie-talkies e uma pistola "à Rambo". Isto porque, a seguir, eu vou resgatar a lendária Bolsa de Karamandá, possuidora de poderes assombrosos. E preciso de apoio via rádio. Após umas piruetas, cambalhotas, rastejamentos e tiros imaginários disparados sobre quem na rua passava enquanto lhes digo "morre porco", estou abeirado do veículo. Faço a pose, grito "Power Extreme", destranco o carro e procuro a bolsa. Como não a encontro, saco do walky-talky, cuja compra já está justificada, e digo: "Negativo para confirmação visual do artefacto. Aguardo ordens, escuto.". Ao que a minha namorada responde: "Andas outra vez a imitar o Rambo, não andas André?". Eu digo: "Não, ia imitar os "Pequenos Póneis", espera lá. Escuto." E nesta altura reparo que ela está atrás de mim, e que eu estou prestes a levar com o walky-talky no cérebro. O grande, pois apesar de tudo ela gosta de mim. Depois, murmuro "Power Extreme" de novo e tranco o carro. Não faço pose, não convém abusar da apesar abundante paciência dela.

Outro exemplo, é de quando passamos por manequins femininos nas montras. Nota-se sempre perfeitamente os mamilos deles por debaixo da roupa. Eu tenho por hábito dizer "olha aquela ou está cheia de frio ou então está feliz por me ver". Incrível como as mulheres e as suas vaginas são completamente imunes a piadas porcas de cariz sexual. Parece que são vacinadas logo à nascença, enquanto nós estamos a apalpar o rabo das enfermeiras. Há muitas já aí a dizer "ah, eu cá não, até acho piada". Tretas. Vocês têm sempre um limite de javardeira que vão aguentar, e se dizer as piadas porcalhonas e mijar por fora da sanita não chegar, acreditem que nós temos mais armas no nosso arsenal. Se não acreditam, lembrem-se o nome deste blogue. Se não estivermos a imitar o Rambo, definitivamente vamos estar a imitar um ninja.

Mas claro que, na natureza, nada foi deixado ao acaso. De facto, ter pénis é sinónimo de maior diversão. Mas quando chega a idade de descobrir que afinal a pilinha não serve só para fazer xixi, só queremos brincar com ele na vagina. Ora, para a tentarmos conseguir, vamos fazer uso de todo aquele sentido de humor de que vós, nobres mulheres, tanto desprezam. Ora pois lá está... Quando acaba o divertimento do pénis, começam o divertimento da vagina. Tudo está em equilíbrio no universo.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Açúcar é vitamina?

Amigo 1: Andas a consumir açúcar em demasia!
Amigo 2: Não ando nada!
Amigo 1: Andas sim. Tanto, que se beberes um café mijas um latte.
Amigo 2: Ah sim? E vou buscar as natas onde?
Amigo 1: És mesmo um porco.

domingo, 21 de junho de 2009

Idoso das tormentas

O meu terceiro maior medo, com o avançar da idade, é tornar-me num daqueles velhotes que fazem de simples gestos como levantar e sentar, um espectáculo de fogo-de-artifício. Daqueles velhotes que para se sentarem numa cadeira, arfam, arqueiam as costas com muito esforço, sustêm a respiração, fazem pontaria e atiram-se para cima dela. E para se levantarem praguejam, estalam os ossos, arfam de novo, suam em bica e têm um pequeno ataque cardíaco. É disto que eu tenho medo. De ter que passar 8 horas das 10 que passarei acordado a fazer ruídos estranhos e, provavelmente, a deixar escapar flatulências em frente a estranhos, devido ao esforço. Tudo em nome de me sentar e levantar.

Ora, isto leva-me à segunda coisa que mais atemoriza a minha prospecta velhice: dificuldade em evacuar. Com efeito, evacuar é um problema recorrente entre idosos. Descobri isto pela frequência de algumas casas-de-banho públicas, em shopings e afins. De facto, já assisti inclusivé a um homem que incentivava verbalmente o cu a cooperar. Alheado do facto de a cabine dele não ser, de todo, à prova de som. Isso, e porque já ouvi velhotes a dizer "o que mais me custa é cagar". São daqueles bónus que apenas quem teve que se deslocar diariamente em transportes públicos tem acesso.

Chegamos então ao meu maior dos maiores receios quando for um velho: padecer das duas maleitas anteriores simultâneamente. Aterroriza-me a perspectiva de ter que demorar 2 dias, desde o entrar até ao sair da casa-de-banho. E mais me aterroriza a perspectiva sinfónica que irá acompanhar todo o desenrolar do processo. Urros de dor, respiração irregular, suspiros de vitória, e isto só para sentar na sanita.
Depois, toda a panóplia de ruídos e cheiros que o corpo-humano é capaz de produzir surge durante o processo de evacuação. Nesta fase, tudo o que se puder utilizar, emprega-se. Conversa-se com o cu, como já disse, para o incentivar. Depois insulta-se o mesmo, usando aquele tom de voz arrastado e rouco, típico dos idosos, e usando insultos que já ninguém se lembraria, como por exemplo, camafeu. Massajam-se os intestinos, culpa-se o governo pela falta da laxação necessária, fazem-se promessas, contraem-se os músculos abdominais mais violentamente do que uma mulher grávida prestes a dar à luz e por aí adiante. Se tiver uma bengala, também não se vai fazer rogado de bater com ela nas paredes das instalações, com a cara vermelha de raiva e de cansaço. No entanto, todos aqueles bramidos, sons de esforço, insultos e exercício físico saem caros para os pulmões (já cheios de catarro) e para as cordas vocais. O que leva a que o período de evacuação seja acompanhado por uma tosse compulsiva, provocada por este excesso de empenho. É a chamada Tosse Cagalhoeira.
Depois, sem dúvida que é necessário dormir um pouco para recuperar energias.
Seguem-se mais palavrões, os suores frios, o ceder da porcelana da sanita, o pulsar das veias na testa, muitos gemidos, e finalmente está-se de pé. E eu não estou muito a fim de me tornar nisto.

Evacuar, na velhice, é uma aventura épica para o idoso e é a Guerra do Golfo para os inocentes transeuntes.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

És inconveniente

Amigo 1: Promete que te comportas, em casa da Alzira.
Amigo 2: O que é que queres dizer com isso?
Amigo 1: O que disse, que às vezes não te sabes comportar.
Amigo 2: Não sei a que te referes, seu insensível!
Amigo 1: Pára de imitar um paneleiro! É isto que me refiro, fazes coisas que achas que têm piada. Mas não tem. Por exemplo, o que é que fazes quando alguém à tua beira atende o telemóvel?
Amigo 2: Chego-me mais perto.
Amigo 1: Só isso?...
Amigo 2: Grito "ESCROTO" em plenos pulmões. Sem parar.
Amigo 1: Exacto, já me compreendes?
Amigo 2: Mas isso é engraçado!
Amigo 1: Tanto quanto falar contigo, não há dúvida. Ou seja, era mais engraçado ser empaleado por uma lança.
Amigo 2: Estúpido, bruto!
Amigo 1: Lá estás tu com as mariquices de novo! Queres mais exemplos? O que fazes quando passa por nós alguém com uma deficiência?
Amigo 2: Ponho-me atrás deles.
Amigo 1: E?
Amigo 2: E... Bom, prego-lhes uma rasteira...
Amigo 1: E?
Amigo 2: E se estiver numa cadeira de rodas dou-lhe um pontapé na cabeça. Ouve, não percebo onde queres chegar.
Amigo 1: Quero chegar que entre aturar as tuas brincadeiras e assistir ao programa da Paris Hilton, eu prefiro ir nu para uma prisão masculina e cantar "quem tem medo do lobo mau, lobo mau, lobo mau...".
Amigo 2: Não concordo, eu sou engraçado!
Amigo 1: Não és. E por falar em cantar, não te atrevas a repetir a proeza.
Amigo 2: Qual?
Amigo 1: Quando fomos a casa do Mocotó? O pai dele tinha Alzheimer? Não te lembras do que fizeste?...
Amigo 2: Ah isso. Só cantei um pouco...
Amigo 1: Cantaste o quê?
Amigo 2: "Sim eu sei... Que tudo são recordações..."
Amigo 1: Exacto.
Amigo 2: Bom, bom, ok.
Amigo 1: Por isso, não te atrevas hoje.
Amigo 2: O que tem o pai dela?
Amigo 1: Tem Parkinson.
Amigo 2: Ah! Hihihi...
Amigo 1: Não penses sequer nisso!
Amigo 2: Ok, ok...

...

Amigo 2: "Shake your ass! Watch yourself! Shake your ass!"...
Amigo 1: Desisto, vais sozinho. Vou fazer de conta que não te conheço e vou espalhar o boato que gostas de te masturbar a ver Pokémon.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Pior não era

Vi o "Fast and Furious" ontem. É mais um daqueles filmes que apregoa mais alto e com mais determinação do que qualquer peixeira no mercado, que a criminalidade é "altamente" desde que praticada com estilo, a alta velocidade e de forma absurda. E mais ainda, que os tipos que conduzem aqueles maquinões, todos modificados, têm passaporte imediato para se verem rodeados por sensualidade feminina e silicone. Por muito que se assemelhem a um porquinho enfezado.
Mas, à parte disto, não posso deixar de imaginar o quão irrealizável tudo aquilo seria, se a minha mãe estivesse lá. Consigo vizualizá-la perfeitamente a recordar a todos aqueles canastrões, grandes e tatuados, as vantagens de uma condução segura e regrada. A informar com autoridade os condutores, que não podem de maneira alguma arrancar sem que toda a gente tenha posto o cinto-de-segurança. A lembrar que agora estão bem, mas quando saírem do carro podem ter frio, e que é melhor levar uma camisola.
De facto, se fosse a minha mãe a realizar o filme, as gajas eram substituídas por instrutores de condução com uma decência impecável e uma alimentação equilibrada, à base de legumes e fruta. As extravagantes corridas, com proezas inomináveis, eram substituídas por passeios, quase turísticos, em que os automóveis circulariam sempre cerca de 10km horários abaixo do limite imposto por lei. Não existiriam clubes nocturnos, com nudez explícita e consumo de drogas, antes haveriam convívios salúbres, onde seriam servidas sandes de fiambre e sumo de cenoura.
E definitivamente, ninguém, mas ninguém fumaria sem primeiro estar sujeito a uma explanação exaustiva dos malefícios do tabaco, com direito a uma sessão de diapositivos, figurando uns pulmões (antes e depois da exposição ao fumo) no papel principal.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Curta n.º X (estou sem pachorra)

- O que é isto NOJENTO que tenho aqui no pescoço?!
- A tua cabeça.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Obcecado é um eufemismo

Amigo 1: Se tivesses uma máquina do tempo, o que farias?
Amigo 2: Uma máquina do tempo? Assim tipo um relógio?
Amigo 1: Não, cretino! Uma máquina que te permitisse viajar no tempo!
Amigo 2: Assim tipo as aulas de Idade Média que tínhamos na universidade? O tempo aí acho que andava para trás.
Amigo 1: Do género, mas com mais trovões e menos perdigotos... Grande idiota, UMA MÁQUINA EM QUE ENTRAS E PODES VIAJAR NO TEMPO, PARA QUANDO QUISERES, miolos-de-musgo!
Amigo 2: Ah, já podias ter dito. Voltava ao 6º ano.
Amigo 1: Alguma razão especial?
Amigo 2: As mamas da Ambrósia.
Amigo 1: O que têm?
Amigo 2: Quero ver se eram assim tão grandes como a imagem mental que guardo, ou se só pareciam grandes na altura porque mais ninguém tinha mamas.
Amigo 1: És mesmo um crápula. Só isso?
Amigo 2: Não, também voltava ao 7º ano.
Amigo 1: Sim?...
Amigo 2: As mamas da professora de Inglês. Essas tenho a certeza que eram mesmo grandes.
Amigo 1: E ias fazer o quê com elas, sujá-las de acne? Tinhas 12 anos na altura.
Amigo 2: Então, ia instruir o meu Eu do Passado para as apalpar. Sempre me arrependi de nunca o ter feito.
Amigo 1: E não tens medo das repercussões que isso ia ter no teu Eu do Presente?
Amigo 2: O que é o pior que pode acontecer?
Amigo 1: O teu pai podia-te castrar quando soubesse. Hehe.
Amigo 2: Achas, eu escondia-lhe a guilhotina primeiro.
Amigo 1: Perturbador. Então e se não pudesse ter nada a haver com mamas?
Amigo 2: Não estou a compreender.
Amigo 1: Esquece todo o conceito de mamas um segundo! O que farias?
Amigo 2: Estou confuso.
Amigo 1: Ok, obviamente isto é muito complicado para ti. Para além do teu óbvio interesse académico em seios, se viajasses no tempo, que mais farias. Para além de apalpar mamas.
Amigo 2: Voltava ao dia 11 de Setembro de 2001.
Amigo 1: Ah, afinal tens em ti algum altruísmo. Ias tentar impedir o atentado?
Amigo 2: Uh? Não! Ia pôr uma revista na tua casa de banho. Estava lá nesse dia e não tinha nada para ler quando fui... tu sabes, libertar os detritos. Fiquei desnorteado, acabei a ler tubos de pasta dos dentes.
Amigo 1: Portanto, as tuas prioridades na vida são...
Amigo 2: Mamas e ter que lêr quando vou ao WC, sim.
Amigo 1: Desisto.
Amigo 2: De quê?
Amigo 1: Lembra-me lá de novo porque é que ainda falo contigo?
Amigo 2: Porque temos uma amizade especial?
Amigo 1: Não, não é isso.
Amigo 2: Porque eu tenho uma Play Station 3?
Amigo 1: Bingo.
Amigo 2: Ei, queres ver as mamas da minha vizinha?
Amigo 1: Quem, a D. Josefina?!
Amigo 2: Sim!
Amigo 1: Ela tem 73 anos!
Amigo 2: É madura.
Amigo 1: É o cruzamento entre um escroto e um dinossauro!
Amigo 2: Eu cá gosto. Mamas são mamas.
Amigo 1: Repugnante.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Curso de arrumador de carros

Há-os a rodos. Porque não se torna uma profissão, como os valets nos hotéis? Pagavam impostos como toda a gente, e deixavam de cheirar a couve. E na maior parte das vezes de se vestir com uma também. Criava-se uma licenciatura para o efeito! Claro que era impossível perderem todos os hábitos, mas ao menos era com outro porte. Portanto, proponho o seguinte programa curricular:

1º ano

- História da arrumação: desde a invenção da roda até ao aparecimento do primeiro australopitecus arrumadoris;
- Abanar o braço: teoria e práxis;
- Gramática avançada: conjugação do verbo "destrocer";
- Conceitos sobre estilo: cara barbeada é cara gorjetada;

2º ano

- Higiene aplicada: a água e as suas múltiplas aplicações;
- Regras básicas de saneamento: os boeiros não são sanitas;
- Trabalhos manuais: o "riscador" perfeito;
- Mecânica: que fios cortar;
- Teorias da percepção: distinção entre "cabrões que merecem um risco" e "pessoas";

3º ano

- Regras básicas de civismo: nem todas as pessoas são teus "sócios" ou "amigos";
- Regras avançadas de civismo: ninguém que ajudas a estacionar é obrigado a dar-te dinheiro, pois não é teu pai. Ele já morreu;
- Educação física: ser o primeiro a chegar ao lugar que abriu;
- Educação física II: correr com eficácia atrás de um carro que estacionou sem ajuda, para mesmo assim pedir a gorjeta;
- Educação moral extrema: partilhar o que recebi com o meu parceiro arrumador, em vez de partilhar a minha faca com os intestinos dele;

4º ano

Estágio Pedagógico: 6 meses no parque do Hospital de S. João sem incidentes.

Que me dizem?
E dávamos-lhes um canudo. Sem usar tinta tóxica, pois claro que o vão usar para enrolar estupefacientes e fumá-los. Eu, pelo menos, ia preferir sempre o que o auxílio ao meu estacionamento fosse dado por um profissional licenciado.

domingo, 17 de maio de 2009

Impróprio

Sou daquele género de pessoas que, não gostando de ver um amigo triste, tenho tendência a tentar anima-lo(a) com piadas. Umas com graça, outras sem (depende se a Graça está lá ou não). No entanto tenho, por regra, uma falta de sentido de oportunidade atroz e um timming grotesco. Por este motivo, assiduamente acabo a pensar "porque c*&#$%o é que havias de dizer aquilo?!". Eu e os que me rodeiam. E o pior é que depois não consigo parar, querendo sempre emendar a falta de oportunidade da prévia piada com outra que, no momento, me parece adequada.
Claro que este problema atinge o seu auge nos funerais. São autênticos orgasmos de estupidez, que se alcançam no preciso momento em que finalmente a minha consciência me grita "CALA-TE SEU PAQUIDERME ESTÚPIDO! CHEGA!".

Imaginemos que faleceu, digamos, um primo (para não ser muito próximo) de um amigo meu:

Ninja: Lamento muito, os meus pêsames Amigo. Eram muito chegados?
Amigo: Mais ou menos, não éramos muito, mas até nos falávamos com frequência.
Ninja:Bom, então ainda bem.
Amigo: Hmm?
Ninja: Podia ser pior! A tua mãe por exemplo.
Amigo: *Perplexidade*
Ninja: *Riso nervoso para indicar que era uma piada*

- Silêncio -

Ninja: Está tudo muito calado...
Amigo: O que esperavas, é um velório!
Ninja: Principalmente o teu primo.
Amigo: *Perplexidade*
Ninja: Mas está com boa cara, calma! Para um morto claro...

- Silêncio -

Ninja: Queres uma pastilha-elástica?
Amigo: Não obrigado.
Ninja: Oferecia ao teu primo, mas ele já não pode...
Amigo: *Perplexidade*
Ninja: Percebeste?... Porque está mo...
Amigo: Eu percebi!

- Silêncio -

Ninja: Ei, olha só o decote daquela gaja!
Amigo: É a irmã dele.
Ninja: Ah, desculpa... Mas aquilo é de acordar um morto.
Amigo: *Perplexidade*
Ninja: *Afunda a cara nas mãos*

- Silêncio -

Ninja: Vou até lá fora um bocado.
Amigo: Prometes?
Ninja: Sim... Agora mesmo. Aqui está um ambiente de cortar à faca.
Amigo: *Perplexidade*
Ninja: Percebeste?... Porque ele morreu esquartejado naquele acidente com os cutel...
Amigo: Vai embora!
Ninja: Já não tenho vontade.
Amigo: *Afunda a cara nas mãos*

Inspirando fundo, e depois de me concentrar, tento dizer algo reconfortante:

Ninja: Ao menos agora está num lugar melhor.
Amigo: Obrigado por te controlares.
Ninja: Isto se no Céu aceitarem encomendas partidas.

Alguém atrás de mim alguém grita:

Familiar: Oh pá, morre de uma vez!
Ninja: Ei, não havia necessidade... Isso foi completamente desnecessário.

terça-feira, 21 de abril de 2009

O que o trânsito faz às pessoas

Estava no trânsito há uma eternidade. Ou duas. Estava a ir para o trabalho. Passado algum tempo, a perna da embraiagem parece que começa a mingar, de tanto "pára-arranca". Começo a indagar como é humanamente possível que tantos dromedários tenham licença de condução.
O meu cérebro começa a ceder.
Anda lá, mete lá o carro. Já meteste metade e agora é que me perguntas se podes?! - pensava.
Eu, muito honestamente, não acho que as mulheres sejam más condutoras. Aliás, já vi uma que fazia tantas coisas ao mesmo tempo, que até com a testa buzinava, só para manter as mãos desimpedidas. Mas com o cansaço, começava a achar verdadeiros os estereótipos. Elas têm um problema quanto a calcular as distâncias.
Achas mesmo que o meu carro passa contigo aí assim?!
O meu cérebro cede mais um pouco ao stress.
Nesta altura, a ideia de espetar o meu carro na traseira do da frente, faz todo o sentido para mim. E sair do carro, despir-me e cantar em cima do tejadilho já esteve mais longe de ser absurdo.
O carro de trás buzina, porque à minha frente existem 10cms de espaço entre mim e o próximo automóvel:

- Então, não anda?!
- Não. Este carro é para exposição, e estou a espera que construam o stand à minha volta. Estúpido.

Não fosse o gelado que comi antes de sair de casa e tudo tinha sido pior. E então atingiu-me, como uma gaja mesmo muito feia a tentar galantear-nos: o gelado era um pinta-línguas.
Olhei ao espelho... Parecia que tinha comido o almoço do Shrek. Dentes, língua, gengivas: tudo verde.
Tentei salivar apressada e abundantemente, mas era tarde e de nada servia. O trânsito começou a andar. Não havia volta a dar: tinha que conseguir entrar, não cumprimentar ninguém e chegar a uma casa de banho.
Cheguei e entrei... Ninguém à vista! Avança, vai vai vai!
Virei uma esquina:

- Oh André, viva, então? Tudo bem? Este trânsito hoje está impossível!

Tentei conter-me...

- Bem pela sua cara, já vi que estava mesmo mau! E aqueles indivíduos que se põe a buzinar mal existe um espacinho minusculamente exíguo à nossa frente?!

...apenas uns segundos:

- É verdade! São uma pandilha de mentecaptos! E mais...
- Oh André, mas você andou a comer musgo ou lava os dentes com folhas de arbusto?
- Não. Foi um micróbio que estava a transportar clorofila num camião-cisterna, do meu molar inferior esquerdo, para o canino superior direito e teve um acidente. Estúpido.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Então é assim

Se um dia eu for pai de uma filha, e após muito cogitar sobre este assunto, já decidi como se vai chamar:

Se me comes és paneleiro porque na verdade eu sou transsexual da Costa

E para jogar ainda mais pela seguro, não a vou matricular imediatamente na escola, para ela não descobrir que tem vagina até fazer uns 35... Ok, 40 anos.

Já na eventualidade de ter um filho:

Tenho um bacamarte gigante da Costa

Por duas razões: primeiro todos iam dizer "este sai ao pai", e segundo, todos iam dizer, "tal pai, tal filho".
Aí estariam dois miúdos condenados a ter sessões reforçadas de terapia psicológica para toda a vida.

E já que falamos de filhos, porque é que aquelas tias quando vêem o miúdo a brincar com uma bola dizem logo "este vai ser jogador de futebol", quando o vêem a brincar com carrinhos dizem "este vai ser piloto", mas quando o vêem a mamar, pendurado nas mamas da mãe, 90% do tempo em que estão acordados, ficam mudas que nem um túmulo? É que a mim ocorre-me uma ou duas profissões que envolva o manuseamento de seios com a boca e mãos.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Não te enxergas

Amigo 1: Já reparaste que a TV é um electrodoméstico fenomenal? Estás aborrecido, ligas a TV. Tens convidados chatos, ligas a TV. Alguém numa festa não está confortável, liga a TV. Tens que ir ao WC e não tens o que ler, levas para lá a TV. E a seguir liga-la. Alguém com quem conversas fala, fala, fala, fala, fala, limpa a saliva dos cantos da boca porque é um bocado fanhoso, fala, fala, fala, e continua a falar...
Amigo2: Vou ligar a TV.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

A minha primeira vez

A primeira vez que vi um filme pornográfico, não sonhava sequer no que me estava a meter.
Andava eu no quinto ano, portanto tinha 10 anos. Tardiamente, comparado com agora, mas na altura não havia internet: o maior depósito de silicone do mundo.
Um colega de turma, chegou a minha beira e diz-me:

- Olha, logo queres ir a minha casa ver um filme?
- Claro... Qual?
- Chama-se Força-Delta.
- Parece-me bem. É com o Chuck Norris?
- Não sei, é capaz.

Mais tarde, quando nos encontramos, afinal tinham vindo mais 2 colegas meus de turma, que parece que também andavam um pouco perdidos. Um até trazia uma pistola de plástico. Quando chegamos a casa dele, fomos para a sala, que tinha uma imagem da Nossa Senhora bastante grande a um canto e bem lá em cima numa plataforma suspensa, de maneira que ficava mesmo virada para nós, que estávamos sentados no sofá. O anfitrião foi buscar uma cassete sem caixa, embrulhada num papel e escondida debaixo de uma mesinha. Pô-la no vídeo:

- Fixe, está a começar!
- Vá calem-se!
- I fuck your mother Productions? Nunca ouvi falar...
- O que é que aquela gaja está a fazer?

E então, cachinga, que foi o barulho que os nossos maxilares fizeram ao cair no chão. Afinal, o meu colega não sabia que o filme era para adultos. Encontrou-o um dia e achava que era de acção. E não se enganou.
E lá estavamos nós: 4 miúdos de 10 anos, a ver algo do género pela primeira vez, com os olhos atentos da Nossa Senhora ao canto, que nos julgava em silencio. É então que chega a irmã do anfitrião:

- O que é isto?! Vou dizer ao pai!
- Cala-te, sai daqui! Estúpida! Baza! E diz, quero lá saber!

A irmã não bazou, antes ficou de pé à entrada. Parece que afinal ela também nunca tinha visto algo do género. E ainda bem, porque aquilo era impossível de ficar mais constrangedor.
Passada uma meia hora de enfermeiras vorazes que se aproveitavam de doentes terminais com uma erecção descomunal, já nos tínhamos ambientado mais:
- Um adoptou uma pose de completo interesse por aquilo, mas dava a sensação de estar a observar de um ponto de vista científico. Estava a tentar sorver o máximo de informação.
- Outro, estava completamente descontrolado e sempre que alguém entrava num veículo dizia "Ei, achas que vão fazê-lo dentro do carro?!". Volta e meia mandava a irmã embora de novo.
- Outro ainda, estava enterrado no sofá até se perder de vista. Vermelho de vergonha, não parava de deitar olhares furtivos à irmã do outro colega, que por sua vez estava de braços cruzados e não parava de dizer "Que nojo! Ui, nojo!".
- Já eu, que estava na ponta do sofá, não me conseguia concentrar. Era o que estava mais próximo da imagem! Não parava de olhar para ela e de pensar "Isto não está certo, não devia estar a ver isto à frente da Nossa Senhora! Mas há mamas à mostra e mais ainda! Como é que posso não olhar?!".
Nenhum falava. Só se ouviam os gemidos, as pancadas secas ritmadas, e a irmã do meu colega a dizer "que nojo!". Mais uma olhadela para o lado. Já ouvia a orquestra dos julgamentos divinos, sempre que o fazia, por entre os "oh yeah, right there, fuck me harder!" e os "QUE NOJO!" que agora subiam de tom pois o filme tinha escalado para uma orgia.
Foi então que disse:

- Oh "coiso", não queres trocar de lugar comigo?
- E ir para o inferno?! Não obrigado... Daqui Ela não me vê.

Atenção, eu já tinha visto muitas vezes o Água na Boca e o Playboy, que davam na SIC, mas não me tinham preparado para nada tão... explícito. Já para não dizer que ainda estava em idade de achar que as pessoas só faziam amor. Aquilo não era bem o que tinha em mente...
Quando acabou, por educação, achei bem dizer adeus à irmã do meu colega, mas ela nem respondeu. Aliás a nenhum de nós. Naquela tarde, uma mudança tinha ocorrido em nós: éramos homens feitos - já sabíamos como era uma vagina.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Curta e muito negra

Já passou pela cabeça de alguém que a Maddie pode simplesmente ser MUITO BOA a jogar às escondidas?

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Teoria da ameaça visual

Ah é?! TU VAIS VER!

Como se concretiza esta ameaça? Porque ela é muito mais específica do que o seu uso recorrente possa fazer parecer. Implica que, o indivíduo que é o objecto da vingança, presencie a mesma e a veja desenrolar-se.
Passo a exemplificar, enquanto sorvo mais um trago de Fresky Frutos Tropicais e me esforço por compreender porque é que o vizinho do lado, que vejo pela janela, insiste em dançar ballet no quintal, usando como tutu uma tampa de caixote do lixo estrategicamente recortada:

Indivíduo 1: Copulaste com a minha mulher?!
Indivíduo 2: Bem... Sim.
Indivíduo 1: Tu vais ver!

Primeiro que tudo, sim, a palavra cópula faz parte do léxico que uso em contexto social. Agora, debrucemo-nos pois sobre este assunto, com o mesmo empenho com que a mulher do Indivíduo 1 se debruçou sobre o pénis do amigo do marido.
Esta ameaça implica que, no momento da retribuição por esta javardeira traiçoeira, o Indivíduo 2 esteja presente e bem atento ao que se suceder. Ele tem que visualizar.
Por exemplo, o Indivíduo 1 pode abeirar-se, por sua vez, da mulher do Indivíduo 2 (que sei de fonte segura que é uma avantajada porcalhona), e incitá-la a praticar o coito com ele. Se tudo for cuidadosamente planeado, o Indivíduo 2 entra no quarto mesmo a tempo de ver ambos a conspurcar o seu próprio leito conjugal. Com a esposa a fazer com o Indivíduo 1 coisas que nunca na vida fez com ele, nem que ele julgava sequer possíveis. Se tudo correr bem, o Indivíduo 2 fica com tamanhas mazelas psicológicas que se muda para os Alpes, onde passará os dias a cantar o Yodel, vestido com uma tampa de caixote do lixo estrategicamente recortada. Provavelmente também vai tocar reco-reco, para acompanhar.
Pessoas na rua, ao passar por ele, ou os vizinhos, que escrevem um post e bebem Fresky em casa, vão olhar e vão dizer: Olha... Aquele viu... E de que maneira.

Aplica-se uma excepção claro, que são os invisuais, para os quais se devem empregar outros tipos de ameaças:

- Tu vais sentir!
- Tu vais ouvir!
- Tu vais degustar!
- Tu vais cheirar!

Qualquer uma delas apresenta um largo menu de opções de acção, mas deixo-as à vossa imaginação e falta de escrúpulos. Fazer mal a um cego, sinceramente.
A não ser que quem diga seja milagreiro, e ao dizer ao cego tu vais ver esteja efectivamente a prometer restaurar-lhe a visão, um dia destes.

sábado, 28 de março de 2009

Update

Estou agora a chegar a casa e lembrei-me que já cá não venho há umas duas semanas. Espero poder por em dia as leituras pelos vossos blogues assim que tenha mais tempo disponível para tal.
Até lá, aqui ficam os últimos casos de destaque:
- lá fora fede a estrume;
- os Tokio Hotel continuam a estar na puberdade e a música deles continua a cheirar ao mesmo a que cheira lá fora;
- afinal a gaja que vi naquela loja NÃO usa fio-dental vermelho, gosta é de estrangular a anca com fita isoladora;
- uma das minhas 4 tartarugas (ninja), descobri,tem um sentido de humor perverso. Achou por bem, atenção, boiar de barriga para cima, com todas as patas e a cabeça estendidas. Já estava eu "então é assim que elas ficam quando morrem", meto a mão para a tirar do aquário e não é que o cretino do réptil desata a nadar como se nada fosse?

Um bem-haja akatanado para todos os que por aqui lêem. Obrigado pelo vosso tempo e até à próxima, que espero ser para breve, assim como uma visita à vossa literatura.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Mais valia estar quieto

Quem nunca reparou, vai achar estupidez, mas já o vi acontecer tantas vezes que acho que justifica uma reflexão. Espero encontrar alguma empatia desse lado do monitor.

Porque é que as pessoas (homens principalmente, e eu incluído), quando tropeçam, caiem ou escorregam numas escadas em público, a primeira coisa que fazem é correr? Galgam 3 ou 4 degraus de cada vez em largas passadas de corrida, passando por aquele grupinho de pessoas que reparou e contém o riso, ou não. É que ou estão a dar uma de "ei, eu tropecei porque sou muito activo e agora até vou subir isto tudo a correr, só para verem", ou só se querem pisgar dali o mais depressa possível, pois provavelmente isso aconteceu porque até estavam a fazer olhinhos àquela gaja que agora se está a rir a bandeiras despregadas. Falando por experiência, não faço a mínima ideia. As minhas pernas simplesmente correm. Acho que estou a tentar mostrar que a única razão para tal ter acontecido é porque sou um gajo que tem tanta energia que não consegue subir umas escadas como uma pessoa normal, e como tal, ia a correr, potenciando o tropeço. Embora fosse a passo normal.
Já as mulheres reparei que ficam sentadas no chão com as pernas estendidas para a frente, e durante uns segundos ficam imóveis, tentando perceber o que se passou. De qualquer das formas, têm uma queda mais digna que os homens, cuja natureza abrutalhada impele a imediatamente tentar mostrar, aos que o rodeiam, o seu poderio de macho. Devemos considerar que cair em público está associado ao desempenho que temos na cama: se caímos é porque somos uns desastrados que não dão conta do recado. Nada diz melhor às senhoras "vou passar 30 minutos a tentar encontrar a tua vagina" como uma queda aparatosa seguida de uma corrida estúpida pelas escadas acima. Na minha opinião, é este o nosso medo, embora esteja a entrar em meandros que desconheço. Mas uma coisa acho que é certa: isto radica no mais básico dos instintos humanos: dar umas quecas.

Enquadra-se aqui também aqueles golpes geniais de:
- disfarçar uma torcidela do tornozelo também com uma corrida pequena, como se seres humanos normais de 10 em 10 passos dessem um corridinha de 3 segundos;
- aguentar as dores derivadas do ponto anterior, porque não queremos dar parte de fracos;
- disfarçar um arroto audível com tosse;
- ser apanhado a tirar macacos do nariz e fazer de conta que estamos é com comichão no exterior, pelo que coçamos o nariz pronunciadamente e fungamos com veemência, assemelhando-nos perigosamente com um primata.

terça-feira, 3 de março de 2009

Need for speed

Vinha numa via rápida. De repente até dei um salto no assento. O barulho era de tal ordem que pensei vir a ser ultrapassado por um foguetão. Mas 10mins passaram-se e nem sinal do bólide super potente. Por fim lá surgiu no horizonte. Um carro enfezado, a dar tudo por tudo, vem "a cagar-e-a-tossir" estrada acima. Mas pelo barulho que emitia, dir-se-ia que uns 600 ou 700 cavalos se acotovelavam debaixo do capô.
Prosseguiu-se a ultrapassagem, que se revelava mais uma questão de honrar o nome que outra coisa. Se eu vinha a 90km/h, ele vinha a 90,005km/h. Note-se que o meu carro tem 60 cavalos, que a subir mais parecem póneis. Mas o tipo não desistiu. A quantidade de gasóleo que estava a gastar dava para abastecer de aquecimento uma família com 12 elementos no agregado familiar, durante 10 anos. E a poluição sonora que provocava, era o equivalente a um aeroporto em hora de ponta, em que todos os aviões partem ao mesmo tempo e estão superlotados com crianças histéricas aos berros. Mas não interessava, ele tinha que me passar. Mais uns 10 minutos, e o seu pára-choques dianteiro já ia a frente do meu uns 5 cm.
Lá dentro, um condutor com uns óculos escuros enormes (ou isso ou um gato preto morreu-lhe em cima do nariz), agarrava-se ao volante como se de umas mamas muito boas se tratasse e mostrava um nível de concentração idêntico. Nem as costas tinha encostadas ao banco, tal era o estado de tensão em que se encontrava. Nada era mais importante naquele momento, na vida daquele homem, do que mostrar-me que o carro dele não era só barulho mecanicamente induzido. Mas era. Ele, no entanto, não ousava olhar para mim. Acho que o fazia intencionalmente, pois apesar de tudo, o som das minhas gargalhadas conseguia abafar o som do motor dele. E que motor devia ser! Como me estava a divertir mantive a minha velocidade e gozei o panorama. Após muito suor e gargalhadas, finalmente ele tinha conseguido ultrapassar-me mesmo o suficiente para se colocar a minha frente. Foi nesta altura que notei que a relva tinha crescido de forma visível desde que o processo de ultrapassagem iniciou.
Apesar das peças de carroçaria que ameaçavam levantar voo, ele lá foi. Já eu, encostei o carro, para evitar ter um acidente provocado pelo riso compulsivo que agora já começava a tornar-se desagradável pelas dores nas costelas e a falta de ar.
Com certeza tinha ali um esquema montado para engatar as miúdas. Mas só desde que elas não lhe pedissem para exceder os limites de velocidade. Não por ele não querer, mas por não poder. Já parado e a acelerar em seco, cuidado. Que bomba. Até tinha um escape cromado, que devia valer mais do que o carro na íntegra.
Se isto não é fanfarronice a mais, então a minha cadela não me mijou na carpete hoje de manhã. E eu estou bastante certo que ela o fez.
Só me arrependo de não ter aberto o vidro e ter perguntado:
- Então, isso vai ou quê? Olhe que a velhota na cadeira-de-rodas está quase a apanhá-lo!
- Cale-se! Isto é um maquinão! Eu não ultrapasso porque não quero! Não o ouve?
- Diga isso aos caracóis, se os conseguir acompanhar e não os matar com a fumaceira!

domingo, 1 de março de 2009

Só quero tomar banho!

Estou convencido que aquela música da Kate Perry, "Hot n' Cold", é sobre o chuveiro de minha casa. Reparem, por favor:

Cause you're hot then you're cold,
You're yes then you're no,
You're in then you're out,
You're up then you're down,
You're wrong when it's right,
It's black and it's white,
We fight, we break up,

etc.

É uma reprodução fiel do que é uma tentativa de tomar banho em minha casa, que, metafóricamente falando, se assemelha muito mais à tentativa de um pinguim asmático encher um balão, do que propriamente a um duche normal, numa casa normal e tomado por um anormal. O pinguim não consegue sequer segurar o balão, quanto mais asmáticamente enchê-lo.
Com efeito:
- a água tão depressa sai com a temperatura ideal para escalfar ovos, como se transforma num cocktail gelado, em que o cubo de gelo sou eu;
- ora funciona, ora não funciona;
- tem a pressão de um chuveiro normal num segundo e no próximo limita-se a pingar meia dúzia de gotas, assemelhando-se perigosamente a um chuveiro do Terceiro Mundo
- o ponto anterior é intercalado por períodos em que a água sai com tamanha pressão que era possível lavrar um campo com ele. Quase não o seguro! Como no National Geographic, quando um sujeito está domar uma serpente gigante enraivecida, só que em vez da Amazónia, estou na banheira, e em vez de um chapéu à Indiana Jones, estou nú);
- teima em falhar quando estou a meio, e eu teimo eu dar com ele na parede até que me obedeça.

O resto da letra cortei-a(...we kiss, we make up), pois definitivamente, eu não beijo o meu chuveiro, nem muito menos faço as pazes com aquele palhaço!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Ou sim ou sopas!

Gaja boa: Quer fazer sexo em cima da secretária, Patrão?
Patrão da Gaja Boa: Como, desculpe?!
Gaja Boa: É fácil... Se o Patrão quer fazer sexo em cima da secretária!
Patrão da Gaja Boa: Mas... Agora?
Gaja boa: Quando o Patrão quiser ora...
Patrão da Gaja Boa: E o que queres em troca?
Gaja boa: Pode-me dar um aumento!
Patrão da Gaja Boa: Você é uma Gaja tão boa que aceito! Assine aqui e aqui...
Gaja boa: Já está.
Patrão da Gaja Boa (suando como uma torneira) : E então, vamos lá a isso?
Gaja boa: Vamos lá a quê?
Patrão da Gaja Boa (baixando as calças): Ao sexo em cima da secretária!
Gaja boa: Se quer fazer, faça! Eu só lhe perguntei se queria fazer sexo em cima da secretária, nunca lhe disse que era comigo. Obrigado pelo aumento Patrão. Aproveito e saio mais cedo. E é melhor despachar-se, a sua mulher acaba de entrar.
Patrão da Gaja Boa (pénis a murchar rapidamente): COMO?! ENGANOU-ME! SUA...
Gaja boa: Ei, calma. Senão processo-o por assédio. Tirei fotos enquanto tirava as calças.
Patrão da Gaja Boa: #&$%=*!!! E a minha mulher está aqui a fazer o quê??
Gaja boa: Oh, não sei. Uma Gaja boa qualquer ligou-lhe e disse-lhe que se ela viesse já aqui, apanhava o marido com as calças para baixo e a fazer sexo com um uma girafa de peluche.
Patrão da Gaja Boa: Mas eu nunca faria isso! O que isso que está a tirar do armário?!
Gaja boa: Uma girafa de peluche. Já posso ir chamar a sua mulher?
Patrão da Gaja Boa: Nunca na vida farei tal coisa! Isto é chantagem!
Gaja boa: Não faça então... Dê-me só um segundo... Estou, Advogado da Gaja boa? Olha, estou aqui com um problemazito...
Patrão da Gaja Boa: Dê-me lá esse peluche!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Ordem no tribunal, c*****o!

Tive oportunidade de acompanhar a futura brilhante esmaga-criminosos Dra. Salto-Alto numa das suas idas ao tribunal.
Bocejo.
Aquilo é muito mais enfadonho do que eu imaginava, não é nem de perto parecido com o que a TV nos mostra e também não acaba como alguns filmes que já vi, com a juíza (que usa lingerie e ligas no dia-a-dia pelos vistos) a não dar uso ao seu martelo, para variar, e os advogados a dar mais uso aos seus. Em cima das secretárias. E todas as mulheres têm implantes. Já me fiz entender?
Felizmente, tenho uma imaginação que tem tanto de poluída como de fértil:

Juiz: Está iniciada esta merda. Que caralho se passa afinal? Diga lá você primeiro, advogado com o corte de cabelo maricas.
Advogado 1: O meu cliente parece que apalpou o cu de uma velhota e ela morreu de excitação.
Juiz: Interrompo eu a minha... Erm... "Aula de apreciação de seios", para isto?! E você, advogado que ainda não se apercebeu que está de pantufas, o que está aqui a fazer?
Advogado 2: Bem, estou a defender a falecida. Ela deixou escrito que, no caso de isto acontecer, queria justiça imparcial. Mas vamos ter que nos contentar com isto.
Juiz: Mas foi assim tão grave? Afinal de contas só faleceu.
Advogado 2: Bom, consultando aqui a tabela oficial do Ministério Público, merece julgamento pois "falecer" é considerado pior do que "levar com uma canhota em forma de pénis na testa", mas melhor do que "ser larilas". Dados oficias.
Juiz: Então lá terá que ser. Bom, diga lá Advogado 1, de sua justiça. Mas rápido que as romenas são pagas à hora.
Advogado 1: Bom, em primeiro lugar gostaria de...
Advogado 2: Protesto, foda-se!
Juiz: Porquê, caralho?!
Advogado 2: Vê-se claramente que o meu colega é uma besta!
Juiz: Deferido. Advogado 1, se faz favor assemelhe-se menos a um animal irracional.
Advogado 1: Ah é? Então mas repare o Juiz, o Advogado 2 é careca! Como é que pode ser levado a sério?
Advogado 2 (pensa): Merda! Não pensei que ele reparasse! O gajo é bom...
Juiz: Com efeito! O réu pode sair em liberdade. E a velha é multada em 2 milhões de euros por me fazer perder tempo e por ser mais feia do que uma ratazana que perdeu o emprego de transmissora de doenças e agora está em depressão e sempre alcoolizada. Chamar cara-de-cu à velha era um elogio.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Até os ninjas precisam de segurança social

Como se já não bastasse ter que me levantar cedíssimo, a razão era cruel: enfiar-me na loja do cidadão. Vesti o meu uniforme ninja e lá fui eu.
Quando chegou a minha vez de ser atendido analisei a funcionária. Era uma velhota com cara simpática, mas pelo sim pelo não joguei pelo seguro e entrei a matar:

- Olha lá, ó carcaça fossilizada, preciso que me carimbes aqui uns papéis para me autorizar a andar de katana na rua. E rápido, que isto não é tricot.
- Claro claro senhor Ninja. Imediatamente. E obrigado por ter sido tão educado.
- Basta de conversa, siga mas é rapidinho que eu tenho mais que fazer do que estar aqui enjaulado a respirar este ar viciado. Há quanto tempo não mudam os filtros do ar condicionado? Que seja a última vez!
- Peço desculpa senhor Ninja! Poupe-nos as nossas miseráveis vidas por favor!
- Tudo bem, mas só porque está a chorar desalmadamente.

É nesta altura que aparece a chefe da velhota, que não se intimidava tão facilmente:

- Algum problema aqui?
- Mas alguém te chamou, ó catatua?
- Desculpe?!!?! O senhor julga que é muito arrojado por me insultar assim dessa maneira é?
- Arrojado é o seu penteado minha senhora. Problemas em casa não? Há quanto tempo não dá uma traulitada com o vizinho de cima? Provavelmente há bastante. Desde que lhe pegou a sífilis já estou a ver.
- COMO??!! SEGURANÇA!! AJUDEM!!
- Rápido, para o Ninja-mobile! - disse para mim próprio.

Bomba de fumo, dois saltos mortais, uns quantos shurikens atirados e umas poucas de katanadas, e já estava a fugir pelo telhado, dando saltos de 3 metros com uma agilidade felina. É então que uma agulha de tricot me prende o fato a uma chaminé. A velhota tinha regressado, e queria ajustar contas.

- É a última vez que maltratas as pessoas da loja do cidadão!
- Cala-te, vai mas é fazer caldo-verde!
- Ah sim?!
- Sim!

(Pausa para suspense)

Dei uma coça, com destreza, na velhota anormalmente ágil e "ala que se faz tarde".

Olha que esta... Se a fantasia é minha sou mau à vontade e faço o que quiser! Até o impossível, como levantar cedo.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Despiques no mundo da música

- Mas tens noção que eu canto muito melhor do que tu, não tens?
- Como? Ainda tu não eras nascida já eu cantava!
- Pudera!
- Que queres dizer com isso?!
- Que estás decrépita!
- Ah é? E tu, que ainda és uma fedelha e já tens um filho?
- Ao menos não tenho 275 anos!
- 242! E idade é sinónimo de sabedoria e maturidade!
- Não é preciso ter muita sabedoria para fazer plásticas, sua estúpida!
- Parva! Como te atreves! Sua alcoólica!
- Ao menos não andei a dar concertos com cones nas mamas!
- Oh! Cala-te Britney!
- Cala-te tu Madonna!
- P**a!
- Cabra!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Escatologia cibernética

Vou tentar explicar o melhor que me for possível, como é o meu serviço de Internet.

Imaginem um cão. Esse cão é a empresa que fornece o serviço. O cão caga. Essa caca do cão, é a minha Internet. É imensa, fedorenta, fumegante. É largada no pior sítio possível, incomoda toda a gente. Eu incluído, pois também tenho um poio destes em casa. Não satisfeito, digo:
- Mas que merda é esta?
O meu mal-estar atraí centenas de moscas. Umas equipadas com auriculares, a trabalhar atrás de um computador a receber chamadas de outros afectados pela merda. E outras deslocam-se mesmo à merda que se encontra nas residências. Vêm de carro e trazem ferramentas. Muitas ferramentas. Que não usam. Mexem na merda, mas não resolvem nada. Dizem, "vou-lhe aumentar aqui o sinal da merda, deve ajudar". Não ajuda. Apenas aumenta o fluxo de esterco, e o meu mal-estar.
Estas moscas são, como já compreendeu o inteligentíssimo leitor, os técnicos da empresa. Não tem culpa da porcaria, não foram eles que a fizeram. Mas também não a sabem limpar e andam sempre de volta dela.
Com o continuar desta situação pouco agradável, digo:
- Mas ando eu a pagar para esta merda?!
Exactamente, eu ando a pagar a um cão. E apesar de pagar, ele só me dá merda, caga onde lhe apraz e não quer saber de mim para nada. E por muito que eu limpe, o cão volta sempre a cagar.

Obrigado, por terem lido tantas vezes a palavra merda. Com certeza já estão fartos, por isso acaba aqui. Obrigado leitores, pelo vosso tempo.

Merda.

Não resisti, fui um parvalhão. De merda.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Orgia lésbica

Amigo 1: E então, já soubeste o que aconteceu ao Malaquias?
Amigo2: Não. Entrou numa orgia lésbica?
Amigo 1: Ah?... Não claro que não, partiu uma perna.
Amigo2: Ah bom. Se tivesse numa orgia lésbica já não partia a perna.
Amigo 1: E tu a dar-lhe com a orgia...
Amigo2: Eu dar bem que dava... Se tivesse numa orgia lésbica.
Amigo 1: Importaste-te de parar com isso?
Amigo2: Com o quê? A masturbação de bolso?
Amigo1: O qu... Não! Com a orgia lésbica!
Amigo2: Pararia, se entrasse numa...
Amigo 1: Ouve lá, vamos mudar de assunto. O que queres para os teus anos?
Amigo2: Lésbicas.
Amigo 1: Atrevo-me a perguntar?...
Amigo2: Para fazer orgias.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Man down!

Que bem me está a saber aquele arroz de pato - pensava eu quando o meu pai irrompe pela cozinha com o ambientador do WC na mão, qualquer problema com as recargas. Encontrava-se mesmo ao meu lado, abanava e apontava aquilo em todas as direcções.
Mas nada daquilo interessava! Nada desviaria a minha atenção daquele arroz de pato. O mundo podia acabar. Caramba, até o Marco Paulo podia aparecer na minha cozinha a cantar montado num pónei: se não aparecesse vindo do meu prato eu não queria saber.
- Oh, esta porra não funciona! Tenho que tirar esta protecção da recarga, passa aí a faca se faz favor... - continuava o meu pai.
O queijo derretido em cima está perfeito...
- Estás a ver? Eu já a meti e não sai nada quando pressiono...
A carne está excepcional. Aquele pato não morreu em vão.
- Vou tira-la e experimentar só um bocadinho. Pois, já deu...
Nada me pode estragar este almoço!
- Só que olha, quando meto a recarga lá dentro isto não funcio...
O ar foi rasgado pelo spray do pulverizador. Aquele cheiro que inevitavelmente me faz pensar em latrinas estava já espalhado por todo o ar e não havia nada a fazer. Atingiu-me em cheio na vista esquerda, voei para trás, fiz uma pirueta no ar e aterrei na banca da louça com aparato. Com esforço levantei a cabeça, à procura de um sinal que tudo estava bem, para ter algum alento, mas era tarde demais: o arroz estava destruído. Não havia volta a dar, nem esperança para almejar. Era o fim. Do almoço.
Três dias depois acordei numa maca de um hospital. Escapei com uma córnea inflamada e uma vontade irracional de puxar um autoclismo. Naquele momento, apenas um pensamento me cruzava a mente: ainda bem que o meu pai não é polícia, segurança, professor ou qualquer outra profissão que exija o manuseamento de armas de fogo.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Kung-fu!

Amigo 1: E então, lá estava eu e... O que é que estás a fazer?!
Amigo 2: Kung-fu! Olha, posição do Macaco.
Amigo 1: Certo... Seja como for, estava a preparar-me para...
Amigo 2: KUNG-FU! Posição do Louva-a-Deus!
Amigo 1: Oh pá, pára lá com isso, que rai...
Amigo 2: Aiiiiiii.... YAAAAA! Kung-fu! posição do Tigre!
Amigo 1: Pára lá de me dar pontapés! Tu és é demente! Eu vou-me embora! E que raio estás a fazer agora de quatro, calças para baixo, mão a bater nas nádegas e a gritar "oh yeah, fuck that pussy"?!
Amigo 2: Kung-fu! Posição da Vacazola.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O Pai Natal é inocente!

Após ter sido considerado inocente das ridículas acusações de pedofilia, o Pai Natal abandonou o tribunal com um pedido de desculpas e sem prestar declarações, meteu-se no trenó, deu sinal ao Rudolfo e rumou de novo à Lapónia.

Eis como os quatro canais de Portugal reportaram esta notícia:

RTP 1:

- Estamos em directo do Tribunal Imaginário para Figuras Fictícias, onde o Pai Natal acaba de se salvar de 25 anos de prisão na casa da Bruxa Má do Oeste. Fez-se justiça. E tudo graças ao Governo português, que é um sopro de bálsamo para as almas do povo. Vamos tentar entrevista-lo e... Não, o Pai Natal optou por não prestar declarações. Foi a sua decisão, temos que a respeitar, pois essa é a vontade do Governo: respeitar. Está neste momento a afagar Rudolfo e afasta-se rapidamente do local.
Carlos Fino(rio), RTP, Moscov... Terra do Nunca, perdão.

RTP 2:

- Estamos em directo do Tribunal Imaginário para Figuras Fictícias. O Pai Natal estava inocente, mas não quer falar disso. Passo agora a emissão para o Prof. José Hermano Saraiva, que nos vai falar de todos os pormenores artísticos e de TODA a história que envolve este tribunal. Mas antes, só uma perguntinha. Porque lhe chamam Professor, professor?
- Não faço ideia. Eu tirei Direito, mas depois comecei a falar de História, a assediar umas bibliotecárias, e olhe... Uma coisa levou à outra. Mas vamos ao que interessa, que já só tenho 4 horas de antena. Vamos já começar pela fachada, feita em bolo de gengibre, com remates em maçapão.

SIC:

- O inédito aconteceu e a SIC estava lá! Este repórter testemunhou a libertação de uma das figuras mais carismáticas do nosso tempo. O Pai Natal vive para distribuir presentes por mais um ano. Não quis prestar declarações e afastou-se rapidamente do local no seu trenó. A SIC estava lá para levar a SUA casa, o que se passa no mundo da Fantasia. Passamos agora a emissão para o estúdio onde Moita Flores vai pela enésima vez dissertar sobre a sua opinião de onde se encontra Rumpelstilskin, o gnomo que desapareceu da Oficina do Pai Natal, enquanto este bebia e comia com amigos numa estância de férias no Algarve.

TVI:

- Mais uma vez a TVI vem por este meio trazer A VERDADE a casa do povo português! Escândalo, traições, prostituição, pedofilia, desaparecimentos e papel de embrulho: são os ingredientes que levaram Pai Natal, o ídolo de muitas crianças, a ser acusado e a safar-se miraculosamente das garras da justiça. Recordo que o Pai Natal foi indiciado por pedofilia após ser visto rodeado de crianças num Centro Comercial, as quais convidava a sentarem-se no seu colo e a quem oferecia doces. Isto é um torpe esquema, como podem verificar por vós próprios caros espectadores. Já não falando de Rumpelstilskin, um gnomo menor, de apenas 293 anos, que o Pai Natal abandonou à sua sorte junto com outros 150 gnomos que mantém encarcerados na sua "oficina". Isto para ir passar umas férias ao Algarve, em Portugal, que é o único país com um governo mais idiótico do que a Terra do Nunca. Vamos tentar obter algumas declarações...
...
-Pai Natal, como se sente neste momento, após ter sido libertado? Quais eram as condições da casa-de-banho do Tribunal? Não vai responder, seu cobarde?! E cá está, Pai Natal ignora VIOLENTAMENTE este repórter que apenas tenta fazer o seu trabalho de forma imparcial. E vejam! Está neste momento a chicotear sem remorsos a Rena Rudolfo, enquanto a insulta e lhe puxa os chifres, ordenando-a que o leve dali para fora! Incrível, a violência deste homem, que todos julgávamos um bem-feitor! Vamos antes tentar obter algumas declarações das pessoas presentes. Você, velha com buço e vestida de preto, o que acha desta situação?

Velha: Escandaloso! Mas não me admiro nada... Ele já há muito tempo que andava a definhar! Está gordo! E anda tão preguiçoso... Só trabalha uma vez por ano, e descansa os outros dias todos! Se fosse meu filho... Mas claro que ele escapou, o juiz era o Gato das Botas, que é outro que tal!

- É bem verdade, muito obrigado... Vamos tentar obter mais declarações. Você, senhor vestido de fato-de-treino, bigode, desdentado e a comer chouriça, o que acha desta situação?

Chouriças: Ui, não me faça falar! A forma como ele trata os gnomos? Todos menores, a trabalhar numas condições extremamente precavidas... Não, desculpe, precárias, é assim que se diz não é? Não admira que o outro, o Rumpel... coiso, se tenha passado ao car... ao fresco! E sei de uma fonte segura que ele é de facto pedofilo e que para além disso, é tarado sexual. Crianças, gnomos e renas, ninguém lhe escapa. Não viu o Rudolfo, com o nariz todo verelho? Estava completamente bêbado, e a conduzir o trenó. Mas não me admira, antes o nariz do que o cu. Posso dizer cu na televisão?

- Na TV da verdade não há papas na língua! E foram as honestas e fiáveis declarações das pessoas que assitiram à libertação do Pai Natal. Tudo isto será agora debatido em estúdio, por pessoas cuja opinião, além de não ser educada, não interessa a ponta de um corno a ninguém. Falo claro de Miguel
Sousa Tavares e Manuela Moura Guedes, especialistas em assuntos do ridículo e do fantástico.